sábado, novembro 25, 2006

24 de Novembro de 2006

Outra vez?

Sempre que estreia um filme novo do James Bond, o ritual repete-se. Durante semanas a fio lá vêm injecções televisivas massivas de filmes do 007, sejam eles com o carismático Sean Connery, o extrovertido Roger Moore, o sorumbático Timothy Dalton ou o irreverente Pierce Brosnan.

Admito que gosto dos filmes do agente secreto ao serviço de Sua Majestade criado por Ian Flemming e que é, por certo, o mais famoso agente secreto, a par do Detective Mário Costa. Aprecio sobremaneira a sua elegância única e a destreza que lhe permite cair sobe um lamaçal e sair com o fato impecavelmente limpo. E quem não se imaginou já ao volante de um Aston Martin, dele fazendo “gato-sapato”? Eu, como apreciador confesso de carros ingleses, não o escondo. Eu já me imaginei.

Gosto ainda das Bond Girls, gosto do ambiente de glamour dos casinos, da calma com que se esbofeteiam vilões, do estilo com que se aniquila o mal, gosto do enredo de uma história em que a classe vence o piroso.

Em suma, gosto de ver filmes do James Bond. Mas nem tanto assim. Assim até cansa. O que é de mais é erro…

Devia servir-se estes filmes do mesmo modo que com o Vodka Martini, shaken but not stirred, com moderação.

Prédios com lojas em baixo, para quê?

Se há tendência que, por muito que se faça, será praticamente impossível contrariar, é a da concentração da compra em grandes superfícies, centros comerciais e parques de retalho.

Já assim o foi pela Europa fora – salvo raras e honrosas excepções de algumas ruas – e cá, como lá, cada vez mais acontecerá o mesmo.

É um facto. Toda a gente sabe que é um facto. O comércio, mesmo o de ruas do centro das cidades, pena. As associações de comerciantes bem tentam, com campanhas mais ou menos eficientes, evitar o inevitável.

E mesmo assim, continuam-se a construir “galerias” comerciais por baixo de tudo quanto é prédio e casa. Prédio esse que pode estar em Castelões, ou em Leitões. De Rendufe a Polvoreira. Para quê? E para quem? Que todos os prédios têm – vá-se lá saber porquê – no mínimo, um café, já nós sabemos. Para que servem as outras lojas da “galeria” é que ninguém me explica.

Basta dar uma volta pelo concelho para constatar que cerca de metade dessas lojas, se não “morreram”, estão em coma. Mas insistem. Batem na mesma tecla.

Os miserabilistas e acomodados

Temos de nos mentalizar que estamos na II Liga… é a frase do momento. Não podemos brincar com os nomes dos adversários, dizem.

Tudo bem que temos de nos mentalizar para a triste realidade: Puseram o Vitória está na II Liga. Mas temos também, por isso, de nos habituar a vê-lo como não favorito nessa divisão? Temos de nos acomodar ao miserabilismo vigente? Não será por nos termos já mentalizado em demasia, de que a nossa realidade é esta, que trememos antes de jogar com qualquer portento do futebol mundial, tipo Estoril?

A verdade é só uma. Esta equipa não foi preparada convenientemente para a subida de divisão.

O que o Vitória está a passar é uma vergonha. O que nos vale é que, sob a capa de ser competitiva, a II Liga é ainda uma vergonha maior. Se esta época não estivesse a ser tão terrivelmente fraca, nem quero imaginar…

O Vitória tinha obrigação de ter uma equipa à altura dos seus pergaminhos. Os adversários de II Liga deviam “tremer” só de pensar em jogar contra nós. Mas não. Antes pelo contrário.

Tudo o resto que se diga, ou escreva, é folclore.

Ou vai ou racha

Foi inaugurado na passada quinta-feira o Ferrara Plaza, um centro comercial, em Paços de Ferreira, que faz corar de vergonha o “nosso” chópingue. Mas não é o tamanho que interessa.

O que me saltou à vista foi o investimento de empresas vimaranenses. Motivo de orgulho. Dos têxteis-lar, ao vestuário e calçado, são vários os operadores de Guimarães presentes nesse centro comercial.

Está-me a parecer que Guimarães, após uns anitos de marasmo e que tão mal nos fizeram, Guimarães está a voltar a ser empreendedora. Quiçá uma segunda geração esteja já a preparar-se para voltar a pôr Guimarães no mapa empresarial de Portugal.

Parece-me também que o tempo é disso mesmo. Ou Guimarães volta a ser o que foi, ou estoura. E depois seremos Património da Humanidade e Capital da Cultura. E só isso.

segunda-feira, novembro 20, 2006

17 de Novembro de 2006

Ajudem-me a fazer esta conta, que eu não chego lá…

Segunda-feira lia nos rodapés multicoloridos dos telejornais, aquela salgalhada cromática e agressiva à vista, que nos distrai da notícia e nos chama a atenção para tudo menos o pivot ou a peça, que devido ao tempo – calor a mais para a altura do ano – as vendas tinham caído 50%. Mais uma vez? Mais 50%?

Ora aqui está um dos mais misteriosos mistérios (passe a redundância) deste nosso Portugal. Neste Novembro caíram 50%. No Verão já tinham caído 40 e tal por causa de qualquer coisa. E no ano passado, por causa do frio, ou do calor, ou dos chineses, ou dos espanhóis, ou dos passarinhos que não cantaram suficientemente afinados, houve das maiores quebras de que há memória: foi terrível quase 60%...

Quebrou em relação a quê? Ao mesmo período do ano anterior? Ou relativamente àquilo que o comerciante queria vender, ou achava que ia vender?

Alguém acredita que multiplicando todas estas percentagens pelas quais temos vindo a dividir para encontrar as quebras, chegamos ao valor real daquilo que já se vendeu? Eu não. Soa-me a que nem as quebras são e nem as vendas foram tão grandes quanto o peixe que nos “vendem”. Se é a televisão, sem nada melhor, que recorrentemente induz os comerciantes a dizer as mesmas coisas nos mesmos períodos do ano ou se é mesmo “choradinho” patológico, não sei.

Independentemente da resposta à anterior dúvida existencial, o que sei é que já satura. Pode até ser verdade, mas já ninguém acredita. Desde que me lembro de ser gente, que as vendas quebram sempre em valores perto da metade. Duas vezes por ano, pelo menos.

Afinal quanto vendiam os comerciantes há uns anos atrás? Quantas dezenas de milhar por cento vendiam a mais do que vendem hoje?

Quanto a esta pergunta, não me parece que alguém me consiga “resolver este problema”. Não é conta fácil…


Os figurantes das low cost

Por motivos profissionais, cada vez mais me dava imenso jeito que houvesse uma ponte aérea Porto – Madrid. Mas não há.

Saindo do Porto, o voo da manhã chega a Madrid quase de tarde, o que para quem precisa de trabalhar e não pode ir de véspera (e por isso opta pelo avião) inviabiliza a nacionalista pretensão de “voar nacional”. Resta-me a solução Vigo. Uma horita de carro para chegar a um aeroporto que me faz lembrar o de Pedras Rubras há uns anos (quando éramos um país pobre e menos desenvolvido que Espanha e não podíamos ter aerogares de luxo) e apanho o avião das 7:00 da manhã. Uma horita depois estou em Madrid, mais que a tempo de a meio da tarde estar de regresso, depois das reuniões que me levaram à capital espanhola.

Do aeroporto de Vigo à mesma hora saem dois voos para Madrid, um é da Ibéria, o outro duma low cost. Escusado será dizer que eu fui no da Ibéria. Este “escusado será dizer”, dito assim até pode parecer que é por opção, ou porque faço mesmo questão de não voar em low costs. Nada mais falso. Principalmente numa viagem de uma hora, trocava de bom grado o meu bilhete – que custou para cima de um dinheirão – por um na “Air Europa”. Oh se trocava…

O problema é que quando preciso, nunca tenho lugar em companhia nenhuma de preços baixos. Está sempre tudo cheio e só três meses depois da minha necessidade de locomoção é que teria “vaga”.

Começo a achar que isso nem existe, as low cost são um mito urbano. As pessoas que vejo a passar por mim, sorridentes, com bilhete da Air Europa na mão, felizes por irem para a mesmo sitio e da mesma forma que eu, com a pequena diferença de o meu bilhete dar para pagar cerca de 20 dos deles, são figurantes contratados para gozarem com os que não podem planear viagens com três meses de antecedência…


Um bocadinho de preconceito puro e duro

Os espanhóis são o melhor povo do mundo a falar castelhano. E deviam quedar-se por aí. Poupavam-nos o decadente espectáculo de ouvir as hospedeiras e comandantes dos voos a tentar falar espanglês. “Leidiz and gentelmén, diz iz iór captéin éspiquingue.”

Se calhar, reconsidero. Que continuem a tentar. Assim até arranjei assunto para este curto texto.


A terra dos cinzentões

Já estava a tardar. Nesta terrinha, tudo o que saia da “medida standard” já é olhado de soslaio. Na terra dos grupos com poiso certo, das rotinas, dos compadrios, onde ninguém tem sucesso por mérito próprio – deve-se sempre ou a cunhas, ou à família, ou a negócios ilícitos – não era de estranhar que o estilo desempoeirado que adopto para a escrita desta coluna de opinião começasse a incomodar o status quo.

Aparentemente não foi só a mim que me caiu mal aquela história das letras a anunciar o pequeno-almoço no Estádio. A mim caiu-me mal ler, mas houve a quem caísse mal o eu ter lido e brincado com a situação. Azar. Não há vacas sagradas e o Vitória – e atenção que ninguém é mais vitoriano que eu – é e será merecedor de reparos meus, em relação àquilo que estiver bem, mas também (como soe dizer-se e está em voga) antes pelo contrário. Do Vitória, de Guimarães, do País, da Portugalidade, de amigos, de coisas que, no fundo têm apenas um denominador comum. Mexem comigo.

E tanto digo mal, como digo bem. Conforme me ditar a consciência. A minha, não a “comum”. O estilo jocoso, brincalhão, desempoeirado, leve, desabrido (aplicar ou adicionar a gosto aquilo que mais convier) é o meu. Com graçolas que podem nem ter graça nenhuma. Tiradas mais ou menos felizes. Deixo a seriedade para quem quer e para quem não sabe ser de outra forma. E não critico ninguém por levar as coisas demasiadamente a sério. Assim como quero que entendam que esta é a minha forma. Este é o meu estilo. Quem gosta lê, quem não gosta, passa à frente. Obrigado.


Caro João Almeida

Li com satisfação e agrado o seu texto da passada semana. Agrado redobrado pois vi que o dedicou em exclusivo à resposta à minha “simplória" provocação. Não sou merecedor de tanto. Não me leve tão a sério e nem veja o meu reparo como político, abstendo-me eu, por isso e não por falta de argumentos, de responder à parte ideológica e de mambo jambo de cartilha, até porque deixei o leitor de cassetes em casa. Sou um mero curioso, um eleitor com filiação num partido, mero militante de base, ainda que cada vez mais afastado da vida política, muito devido ao pragmatismo a que a minha profissão obriga e que me leva a ter cada vez mais dificuldade em entender essa vossa política.

Mas aprecio a coerência. Respondeu-me com um poema de um autor que, sou sincero, desconhecia e por tal conhecimento me ter proporcionado agradeço-lhe. Mas não resisto a mais uma pequena provocação (o que seria do quotidiano sem estas pequenas coisas que lhe dão o sal e a pimenta?): Achei interessante o modo que encontrou para me responder. Bonito poema. E curiosamente tem exactamente o mesmo efeito prático que teria tido o tal texto do grupo parlamentar da CDU na AM, se o mesmo tivesse sido aprovado.

sexta-feira, novembro 10, 2006

10 de Novembro de 2006

A faixa da direita não é só para os camiões.

Cada vez mais acho que as auto-estradas de 3 faixas são dos piores investimentos que se pode fazer em Portugal, enquanto não se fizer uma campanha massiva de informação.

Urge sensibilizar os condutores para o facto de que não é desprimor nenhum para ninguém conduzir na faixa da direita, havendo 3 faixas de rodagem. Não desprestigia e deve até ser usada. Ninguém vai pensar que o seu carro é um camião, não se preocupe. Não, o seu carro não amua por isso.

Pense comigo: Se assim não fosse, para que se gastaria milhões de euros a construir uma faixa, para além daquelas que é normal uma via como aquela ter? No limite, se fizerem mesmo muita questão de irem a “vegetar” na faixa do meio, pelo menos usem o retrovisor, para que se possam chegar ligeiramente para o lado, no caso de virem duas viaturas atrás…

Amnistia

Este era o termo que vulgarmente se usava para designar o perdão de multas decretado pelo Presidente da República, normalmente por altura da visita de alguém importante – lembro-me de repente da visita do saudoso Papa João Paulo II – e que tanta gente fez feliz no passado.

Ora, eu desde que tirei carta de condução e já lá vão uns anos, de tal nunca beneficiei. Acabou. Não voltou a acontecer. Será algo pessoal? Algo contra mim? Foi algo que eu fiz? Ou que não fiz? Ou a crise é tal que o Estado não pode prescindir de tais receitas sob pena de por em causa o “equilíbrio” das contas públicas.

Todas as multinhas que me passaram, que remédio tive senão pagar… Algumas delas, sempre esperando pelo tal “perdão” que não chegava, até foram apimentadas com juros de mora e tudo.

Dou por mim a pensar que mais me valia ter sido bombista, do que ter sido “apanhado” a falar ao telemóvel enquanto conduzia. É que puxando pela cabeça, desde que tirei carta a única amnistia de que me lembro, foi a do nosso ex-presidente, esse grande democrata, Mário Soares às FP-25.

Pobre de mim, que só sou um bocadito acelera…

Estranho sentido de posse

Dou por mim, recorrentemente, a imaginar a seguinte cena numa assembleia municipal, por exemplo, de um qualquer concelho recente, como por exemplo, totalmente ao acaso e aleatoriamente sorteado, a Trofa.

Do burlesco cenário constam uns deputados municipais indignados, populares revoltados e gritos, muitos gritos. E berros também. Todos acham um escândalo. Todos sem excepção. Todos estão de acordo, mesmo aqueles que politicamente estão nos antípodas. Uma injustiça, dizem.

Não percebo – no meu pensamento – muito bem de que falam, até que alguém diz ser imperioso exigir à concessionária das auto-estradas que mude o nome da área de serviço. Santo Tirso, nunca. Trofa já. Ontem era tarde. Faça-se!

Uns tempos depois, imagino o mesmo cenário, mas agora numa assembleia de freguesia. Exige-se a inclusão de Coronado, a par de Trofa na sinalética indicativa da tal área, pois a não existir o nome da freguesia seria um acto de centralismo inaceitável e tendencialmente opressor da freguesia.

Não sei se tal assim, de facto, se passou. Foi a minha fértil imaginação – quem passa muito tempo ao volante sabe do que falo – a dar de si. Mas não deve ter andado longe disso. Só assim se compreende que a área de serviço que foi de Santo Tirso, agora seja de Coronado / Trofa e a antiga área da Mealhada, tenha sido renomeada para Mealhada / Cantanhede.

Parece-me que estes preciosismos têm tanta pertinência quanto a parangona que faz a C. M. de Paços de Ferreira, numa das entradas da cidade, num arco enorme que paira sobre a estrada e que reza assim: Bem-vindos a Paços de Ferreira, o 8º Concelho mais Jovem do País. Que raio de argumento é esse? Isso é lá coisa para se fazer publicidade?

A manter-se a tendência, não tarde ver-se-á em outdoors publicitários, pagos por todos, nós frases como: O 3º concelho com mais comércio de Trás-os-Montes; Região Oeste: Temos quase tantos moinhos como a Holanda ou É bom viver em Braga.

Lembram-se de cada uma…

Porque será?

O Joaquim, depois de dormir numa almofada de algodão (MADE IN EGIPT), começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (MADE IN JAPAN) às 6 da manhã.

Depois de um banho com sabonete (MADE IN FRANCE) e enquanto o café (IMPORTADO DA COLÔMBIA) estava a fazer na máquina (MADE IN CHECH REPUBLIC), barbeou-se com a máquina eléctrica (MADE IN CHINA).

Vestiu uma camisa (MADE IN SRI LANKA), jeans de marca (MADE IN SINGAPORE) e um relógio de bolso (MADE IN SWISS). Depois de preparar as torradas de trigo (PRODUCED IN USA) na sua torradeira (MADE IN GERMANY) e enquanto tomava o café numa chávena (MADE IN SPAIN), pegou na máquina de calcular (MADE IN KOREA) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (MADE IN THAILAND) para ver as previsões meteorológicas.

Depois de acertar o relógio (MADE IN TAIWAN) pelo rádio (MADE IN INDIA), ainda bebeu um sumo de laranja (PRODUCED IN ISRAEL), entrou no carro (MADE IN SWEDEN) e continuou à procura de emprego. Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu telemóvel (MADE IN FINLAND) e após comer uma pizza (MADE IN ITALY), o Joaquim decidiu relaxar por uns instantes. Calçou as suas sandálias (MADE IN BRASIL), sentou-se num sofá (MADE IN DENMARK), serviu-se de um copo de vinho (MADE IN CHILE), ligou a TV (MADE IN INDONESIA) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em condições em PORTUGAL.

O texto acima não é de minha autoria. Tentei encontrar a versão original, de modo a que pudesse dar o crédito a quem escreveu este pedaço de prosa, que eu pessoalmente acho muito interessante. Não consegui. Já são tantos os blogs e sites que contêm este texto sem citar o seu autor que, lamentavelmente, lhe “perdi o rasto”. Fica no entanto um texto que não me importava nada de ter escrito.

sexta-feira, novembro 03, 2006

03 de Novembro de 2006

Caso de polícia

Há umas semanas atrás, senti necessidade de vir a terreiro dizer de minha justiça, em relação à actuação – na minha modesta opinião, mais que justificada – de agentes da autoridade, no decurso de perseguições a criminosos, que se viram forçados a recorrer ao uso da arma para que parasse a louca perseguição automóvel. Questionava o que mais faltaria para que se justificasse o uso da arma.

Esta semana, a fazer fé em relatos de vitorianos que me merecem toda a credibilidade, tenho de dizer alto e bom som que a actuação da polícia no jogo do Estádio do Mar foi uma vergonha! Já nem falo da (des) organização do jogo, ao nível da agremiação de bairro que o Leixões nunca deixará de ser. Falo mesmo da inabilidade – prefiro pensar que foi disso que se tratou – das forças de autoridade em assegurar uma saída daquele “quelho” em segurança, aos adeptos do Vitória, adeptos esses que pagaram um balúrdio (com aquelas condições, de borla era caro). Senão vejamos:

Depois de durante o jogo terem sido alvo do arremesso de garrafas de vidro, pedras, caixotes do lixo (!?!?!), no final, para além de cobardes agressões em bando (ou matilha), a vimaranenses em menor número, a emboscada premeditada no IC1 – troço entre Matosinhos e a rotunda AEP - e a estupidez de mandar os autocarros da claque voltarem pelo mesmo caminho até à entrada da A7, trajecto durante o qual foram alvo fácil – aquilo a que os ingleses chamariam sitting ducks – de leixonenses e boavisteiros (sim, também os havia) que apedrejaram os autocarros da claque, bem como viaturas particulares de famílias vitorianas.

É como mandar alguém para a toca do lobo. Isto cabe na cabeça de alguém? Na minha não. E na de quem é pago para zelar pela segurança dos cidadãos também não devia caber.

O que realmente me enerva é que cá em Guimarães, se jogamos contra o Carcavelinhos, que toda a gente sabe, devido ao historial de violência nos jogos entre os nossos clubes é um jogo de altíssimo risco, as ruas cá do burgo, mormente naquele triângulo das Bermudas à volta do Estádio, qual cenário de Mad Max enchem-se de robocops, prontinhos a correr à bastonada, de preferência vimaranenses.

Dá vontade de perguntar se uns são filhos e nós enteados.

Não que eu ache mal proporcionar segurança a quem quer ver futebol em paz. Claro que não. Mas que seja assim em todo o lado. Ou há moralidade, ou comem todos. Não podemos “comer” só nós…

O estádio, Mar adentro, por favor.

Esquisito… Nunca dei pela existência de qualquer rivalidade com o Leixões. Juro que não. E não me parece que a atenção que dispenso ao Vitória seja pouca e por isso me tenha passado ao lado essa “coisa”. Mas agora parece que é moda…

A comunicação social desportiva nacional, na ânsia de notícias, passou a última semana a reavivar memórias de há 18 anos… Como se o Leixões alguma vez tivesse sido nosso par. Não é nosso par quem quer! E não é (ou pelo menos não era) nosso rival quem anda a agoniar pelos escalões secundários há quase duas décadas. Isto não é para quem quer.

Essa mesma imprensa, tão afoita em aprofundar essa matéria esqueceu-se do dever de informar correcta e convenientemente os leitores, no que toca aos incidentes durante e pós-jogo. Alapado na bela da secretária, houve quem atribuísse a culpa dos incidentes, vejam lá, aos vitorianos que a Matosinhos se deslocaram. Por insultarem os leixonenses, pasme-se. Por essa ordem de razões, em todos os estádios do mundo, semanalmente haveria mortos e feridos… As hostilidades tinham sido abertas pelos insultos dos vitorianos. Antes disso, porém, já os adeptos vimaranenses tinham tentado deitar abaixo a rede que dividia as bancadas e já tinham também cumprido o ritual tão deles que é arrancar as cadeiras para as lançar para o campo.

Vergonha. Tenham vergonha. Para essa cobertura jornalística, prefiro não ter nenhuma. Estas citações em itálico são do texto de Sérgio Pereira do maisfutebol.

Muito do que se passou fora de campo deveu-se ao empolamento e invenção de uma rivalidade que nunca existiu, por parte de jornaleiros como este.

Aliás, ainda me lembro, já lá vão alguns anos, de um amigável na pré-época, disputado no Estádio do Mar. Na altura nada se passou e fomos muito bem recebidos. Hoje, depois do passado domingo, quero mais é que o estádio vá …. mar adentro. Mesmo sabendo que o Leixões tem gente boa. Mas afinal de contas, quando a nós se referem, normalmente também é como vândalos, violentos, arruaceiros e outros epítetos que tais. Assim, de que vale ter a fama – e dela não nos livramos, ainda que pareçamos nos últimos tempos “domesticados” – se não pudermos dizer e fazer umas alarvidades como esta, deste título… Eu até sou do clube que tem por ritual muito nosso de arrancar cadeiras e lança-las para o campo… Por isso, posso.

Algumas dúvidas sobre a Assembleia-Geral

- Quantas são afinal as vezes que é necessário recontar uma votação? Depende se é favorável ou não ao que a mesa quer que a contagem “dê”?

- A Direcção não responde às dúvidas colocadas pelos associados quando o deve fazer. Deve o Presidente da Direcção usar da palavra entre recontagens? O que diria então, que não pudesse ter dito aquando do período normal para esse efeito?

- Por falar em dúvidas. Se aumenta o número de sócios e se fazem parangonas acerca disso, não é legítimo esperar que as receitas de quotizações aumentem?

- O argumento de que as contas foram chumbadas por quem nem sequer as viu não me parece muito convincente. Se tivessem sido aprovadas, essa questão também seria levantada?

- Tenho ouvido que a não aprovação do relatório e contas foi uma “moção de censura” à Direcção. Se tivesse sido aprovado, teria eu ouvido falar em moção de confiança?

- Afinal o Sr. Presidente já não acha que é sua obrigação devolver o clube ao escalão de onde o tirou, basta que assumam os seus avais para que abdique desse sonho? E se não conseguir que o façam, conta perpetuar-se, desinvestindo e rezando para que as receitas aumentem?

- Onde entra o tal “projecto” no meio disto? E que projecto é esse?

Eu sei que estas são perguntas retóricas e disso não passarão, até porque o lugar para as mesas serem colocadas é a reunião magna. O que mais custa é que algumas foram mesmo colocadas e tiveram a mesma resposta que eu vou ter…

Civismo em português

Esta cena passou-se numa grande superfície de Guimarães, ali para os lados da Cruz D’Argola, cujo nome começa em IN, acaba em CHÉ e pelo meio tem as letras TERMAR.

Uma senhora, muito bem posta, vai a pegar no seu carrinho de compras, quando repara que o mesmo tem uma série de revistas e folhetos promocionais. Que aborrecimento.

Ao lado de um caixote do lixo, o que é que a senhora decide fazer? Deitar o lixo ao lixo? Não, claro que não. Com a cara mais enfadada do mundo por a terem sujeitado a semelhante humilhação, pega nos folhetos e trás… carrinho da frente com eles. Quiçá mais uns minutos e uma outra senhora, com uma cara não menos enfadada, faça o mesmo… E outra e outra. Deve ser este o conceito vimaranense de reciclagem…

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