sábado, fevereiro 23, 2008

22 de Fevereiro de 2008

O bobo da corte da corte do bobo

Mais uma vez dei por mim a pensar que se devia, de uma vez por todas, fazer algo em relação à Madeira. Já não é a primeira vez que tal me ocorre, é até recorrente este pensamento, tendo inclusive periodicidade mínima garantida. Mas quando penso em fazer, penso em fazer algo em grande. É que já começa a saturar aquela república das bananas. Acho que é altura de se promover a independência da Ilha da Madeira.

Há determinadas alturas do ano em que esta ideia volta a atormentar-me, nomeadamente sempre que vejo Alberto João Jardim no Chão da Lagoa, sempre que vejo Alberto João Jardim no Carnaval ou sempre que vejo uma entrevista de Alberto João Jardim depois de almoço.

Não deixa de ser verdade que, muitas vezes, logo a seguir reflicto e acho que estou a ser injusto e que se calhar a maioria dos madeirenses até nem mereceria tal coisa, mas essa mesma maioria teima em contrariar-me, pelo menos sempre que reelege tão apalhaçada figura para liderar o governo regional.

E depois, ele é com cada figura que de lá brota, que até me custa compartilhar a nacionalidade. Falo especificamente de Rui Alves, o presidente do Nacional (?) da Madeira, homem asqueroso, de aspecto repelente e que quando se desloca leva consigo um nevoeiro tão denso quanto o que obrigou ao adiamento do jogo do Vitória. E é nele que concentro a minha revolta porque aquele trolha de leste que andou pelos campos portugueses e madeirenses a distribuir cacetada enquanto jogador, e que mais não é do que o guarda-costas do tal Rui Alves, não me merece mais que uma chamada de atenção, de tão ridículo que ele se manteve. Vamos convir que quem acredita que convence alguém com a fábula do Cajuda virar-se a uma besta de mais de um metro e noventa e com metade da sua idade, dizendo-lhe que lhe vai partir a cara, não passa de um animal, que julga os demais com a sua dimensão intelectual.

E Rui Alves é outro, porque ao invés de se dar ao respeito, impondo-o e assumindo-se como homem, que era o mínimo exigível a quem desempenha o cargo que ele desempenha, não o fez. Corroborou a versão do seu capacho e ainda lhe deu razão.

Mal vai o futebol português enquanto gente desta laia por cá pulular.

E mal vai a política portuguesa com gente que tem reacções como a indescritível reacção de Alberto João Jardim, versão após o almoço com disfarce permanente de palhaço, que mais não demonstra que a infinda falta de nível do ilhéu-mor.

E mal vai a nossa polícia – a mesma de que falei aqui há atrasado nesta coluna – quando já não fica satisfeita só com a agressão gratuita a adeptos e decide também agredir atletas e com uma falta de vergonha tão grande quanto a de Rui Alves, nega o que foi presenciado por atletas e dirigentes do nosso clube.

Espero – sentado, porque de pé cansa – pela justiça.

E não é que é mesmo verdade

Um dos blogues que costumo ler é o Mal Maior. Gosto do estilo da escrita do autor e acho algumas das suas observações bastante perspicazes, ainda que muitas vezes divirja das suas opiniões.

No entanto, esta semana está lá uma observação, sob forma de uma citação de um anónimo, que eu achei deliciosa, relativa ao quarto poder.

"Se reparares, desde que Correia de Campos foi demitido, nunca mais houve partos nas ambulâncias nem morreu ninguém nos corredores das urgências..."

Foi remédio santo…

Vícios irritantes

Para mim, informação televisiva tem-se vindo a resumir ao jornal da noite da Sic Notícias, apresentado pelo Pedro Mourinho. Confesso que é um “telejornal” que me agrada ver, sintético q.b. sem no entanto ser redutor, funcionando como um excelente resumo do que se passou durante o dia anterior – sim, porque passa depois da meia-noite – a uma hora em que estou com mais tempo para ver televisão do que à hora do jantar.

Uma das partes de que mais gostava era a revista de imprensa. Digo gostava, não porque a rubrica tenha acabado, mas porque agora o pivot achou piada a faze-la de marcador fluorescente em riste a contornar as notícias que vai destacando.

Quem se iria lembrar de semelhante coisa? Já não bastavam os rodapés coloridos, as informações horárias e do tempo em cantos diversos, mais os títulos e subtítulos relativos a cada notícia, ainda achavam que faltava cor às notícias e, pronto, lá vai disto, hoje a cor-de-rosa fuschia, amanhã a amarelo limão…

Não há paciência. O que é feito da sobriedade?

15 de Fevereiro de 2008

Choquezinho tecnológico

Tenho para mim que os delegados sindicais deviam ser obrigados a abdicar de viatura própria em dia de greve dos transportes públicos, viver no interior de Portugal e precisar de ir a uma urgência ou, então, castigo supremo, haviam mesmo era de ter de apanhar um avião em dia de greve de controladores de tráfego aéreo.

Ainda nem estou em mim. Mais uma vez me saiu a fava. Viagem de negócios a França, voo para Orly e regresso de Orly em plena greve. Ninguém merece. Mais de metade dos voos cancelados – como foi o caso do meu voo que foi alvo de uma OPA hostil do que tinha destino a Lisboa. Ainda foram umas boas horas de espera, mas, do mal o menos, os que seguiam para Lisboa tiveram de sair do avião em Pedras Rubras, com bagagem de mão incluída, Tornando insuportavelmente longa uma paragem que podia ser pouco mais que técnica.

Quem já passou mais que cinco horas à espera num aeroporto e sem saber se o avião que nos vai levar de volta vai poder sequer aterrar, sabe do que eu estou a falar. Cada hora passada assim em aeroportos, parece valer por três.

Vale tudo para nos mantermos entretidos, depois das primeiras cinco voltas completas ao piso das partidas do aeroporto e de vermos que no quiosque / livraria do aeroporto, no top 10 dos livros mais vendidos seis são sobre a vida privada de Sarkozy ou então de Cecília, até há pouco sua esposa.

O computador é, normalmente, um bom companheiro. E foi-o. Mas só até acabar a bateria. É que por lá não deve haver um Marrianô Gagô e tomadas nos aeroportos para uso dos passageiros, nem pensar. Parece-me que a França está a precisar dum choquezinho tecnológico…

Quanto mais não fosse porque, já à chegada, aquando da recolha da bagagem de porão, a ironia suprema (ver foto): coabitando com um pós-moderno anúncio de banda larga no percurso entre Paris e Marselha o velhinho monitor do aeroporto de Orly nem uma informação. Nada. Niente. Nothing. Rien. Nem umas simples letrinhas com o número do voo e a proveniência que nos ajudassem a saber em qual tapete deslizariam as nossas valises. Daquelas que se fazem, na pior das hipóteses num powerpoint que hoje se ensina, acho eu, nos infantários. Ou quase.

Deixem-me confidenciar-vos uma coisa. Se por um lado acho uma certa piada a que me aconteçam estas coisas, quanto mais não seja para que as possa partilhar convosco, por outro, juro que gostava de fazer uma viagem simples de avião. Daquelas em que chegava a horas ao aeroporto, despachava as malas, o avião saía e chegava a horas e as malas não se extraviavam. Será pedir muito? Ou será que na realidade eles sabem que eu gosto de vos contar estas estórias e fazem de propósito?

Tiradas avulso

Esta ouvi-a eu, enquanto penava, na sexta-feira passada, na fila para registar o boletim do Euromilhões, aquele concurso que pouca mais probabilidade tem de sair a quem joga, do que a quem não o faz.

Diz o empresário que estava uns lugares à minha frente:

- Se me saísse o Euromilhões dava a minha confecção à funcionária de quem menos gosto, para ela ver o que custa trabalhar…

Ora toma lá que é democrático.

Correio do leitor

Já por várias vezes afirmei que, no que diz respeito a esta Coluna, nada me apraz tanto como saber que sou lido. Assim, registei com agrado a carta do nosso atento e fiel leitor António Carvalho, de Milfontes, um apaixonado por Guimarães e pelas suas coisas, na edição da passada semana, ainda que na mesma o leitor afirmasse discordância de uma opinião minha, presumo eu, quando disse que achava de Cajuda devia ter gerido melhor o silêncio – usando-o q.b. – nomeadamente no que diz respeito à sua preferência quanto a clubes de futebol recair sobre o Benfica, na semana anterior ao jogo contra o próprio.

Já elogiei várias vezes o nosso mister. E fá-lo-ei, espero eu, muitas outras vezes e com redobrado gosto. Mas não me coibirei de criticá-lo quando o achar merecedor de reprovação, até porque não sou muito dado a endeusamentos e nem muitos menos a intocáveis, nem a pedestais messiânicos. Acho que nem ele próprio gostaria de treinar o clube envolto em carneirismo e um séquito de angelicais yes-men a concordar com tudo aquilo que ele ache divertido e engraçado dizer.

Mas pode ter a certeza o caro leitor que, quando exerço o direito à opinião, seja ela favorável ou desfavorável, o faço por vitorianismo. Sempre.

Faço-o porque sinto o Vitória de uma forma, sem conceber costelas ou febras, que até pode ser considerada extrema e até doentia, mas que é a minha. E não o sei fazer de outra forma…

Deixo-lhe um forte abraço e um agradecimento pela preferência na leitura.

08 de Fevereiro de 2008

BASTA DE VIOLÊNCIA POLICIAL!

Estou a escrever este texto, acabado de chegar a casa, vindo do jogo, que há pouco terminou, entre o Vitória e o Leixões. Ganhámos, mas nem isso me consegue animar. Nem consegui saborear a sofrida vitória sobre aqueles que se acham nossos rivais.

Venho incomodado. A facilidade com que vejo isto a repetir-se anda-me a mexer já com o sistema nervoso. Acho que é altura de se fazer algo. Já chega de assistirmos impávidos e serenos a estes abusos por parte de quem tem por obrigação zelar pela nossa segurança.

Hoje foi na bancada poente do Estádio D. Afonso Henriques, sem motivos que o justificasse, a polícia de choque – ou se não era, pelo menos, estava armada como tal, à Robocop – carrega sobre associados do Vitória, numa bancada do estádio tradicionalmente pouco dada a confusões, frequentada na sua generalidade pelos sócios mais idosos – gerando imediatamente uma onde de protesto. Estou farto destes mauzões de bastão e em matilha.

Na semana passada, no jogo contra o Benfica, quando era necessário intervir, assistiram enquanto eram lançados petardos e destruído o nosso património. Hoje esta gente – que deve vir de Braga, tal é o ódio que nos têm – que nem respeito merece, porque também não nos respeita, tinha uma imensa vontade de correr à bastonada vitorianos. Porque sim. Sem mais nem porquê.

Tanto assim foi que, frente à bancada Topo Norte, outros robocops, perante um aglomerado de vitorianos que esperavam para ver a saída dos leixonenses, diziam, alto e bom som e com "ar de fome", vamos limpar esta merda toda! Isto enquanto batiam com os bastões – estranho fetiche têm eles por bastões, deve haver alguma teoria que explique esse uso ostensivo, com alguma carência – nas caneleiras, em atitude provocatória e intimidadora, inclusive para quem, como eu e o meu pai, apenas nos dirigíamos ao parque de estacionamento onde tínhamos deixado o carro.

Pela parte que me toca, vou escrever sobre este assunto e apelo a quem possa e queira fazê-lo também. Não me calarei. Vou escrever ao presidente da Direcção do Vitória Sport Clube, que é o responsável pela prestação do serviço que contratamos ao adquirir lugar ou bilhete no estádio. E vou escrever também ao comissário da PSP. Exijo explicações. Não pode haver constantemente dois pesos e duas medidas.

Acredito que se mais vozes se juntarem, talvez venhamos a ser tratados como adeptos de futebol. Nós não somos animais. E queremos apenas que a polícia que para cá seja destacada, não seja a cambada de animais que tem vindo.

E no dia em que merecerem respeito e nos deixarem de tratar como animais, tratá-los-ei de modo igualmente respeitoso. Até lá, não calarão a minha revolta. Mesmo que esteja a ser injusto, porque sei que também na polícia os há bons. Peço desculpa pela generalização. Talvez assim percebam o que sentem os ADEPTOS DE FUTEBOL quando tomam o todo pela parte e são tratados como hooligans

Carnaval em Portugal

E com estas e outras nem tive tempo para voltar a falar do espectáculo decadente que continua a ser o Carnaval abrasileirado em Portugal, bem como as reportagens sobre os festejos que por aí grassam, da inenarrável festas dos Cus em Cabanas de Viriato, o Carnaval, como disse um dos organizadores mais “cigéneres” de Portugal, onde a meia dúzia de habitantes anda pelas ruas às trazeiradas uns aos outros ou o indescritível Carnaval da banda de Gadeixe, onde uma meia dúzia de seis, com alfaias agrícolas anda pelas ruas a fazer barulho.

E lá têm, assim, os seus quinze minutinhos de fama…

terça-feira, fevereiro 05, 2008

01 de Fevereiro de 2008

Papagaios

Desde que me lembro de ser gente que me habituei a ver o Vitória a perder com o Benfica. Diga-se, em abono da verdade, que numa grande parte das vezes, roubadinho.

Mas não é menos verdade que já fizemos exibições épicas, cujo desfecho era, quase invariavelmente, um resultado proporcional à inclinação que “o gatuno de preto de serviço” dava ao campo. Por mais que jogássemos havia sempre uma habilidade guardada para nos empurrar. Para baixo. E com a conivência silenciosa da comunicação social nacional, que se rege apenas pelo economicista “quanto vende o Benfica”.

Por isso e porque eu sei que não consigo ser isento quando falo sobre o Vitória, não vou fazer nem mais nem menos que os supostos isentos, dando uma opinião que poderá ser facciosa. Com uma pequena diferença: aqui não vem adornada numa falsa capa de seriedade…

Fomos empurrados! Escandalosamente! O primeiro golo nasce de um lance, que a ser mais do que uma procura da falta por parte do Rui Costa – o que eu duvido – daria, quanto muito, lugar à marcação de um livre indirecto.

No segundo golo, em primeiro lugar, a bola sai e depois não se faz aquilo ao Andrezinho.

No terceiro, o-tal-que-ainda-não-tinha-marcado-de-livre-em-Portugal-
e-tinha-de-o-ter-feito-logo-a-nós domina a bola com a mão.

E depois disto o cartoon que preside ao Benfica ainda tem a distinta lata de vir falar em falta de vergonha? Por o Rui Costa ter levado um amarelo? Mas agora as leis do futebol não permitem que o futuro (actual?) director desportivo seja punido? E digo mais, devia ter levado outro, como o que levou ao serviço da selecção e parece não ter servido de lição, por se ter armado em vedeta, a querer passear-se enquanto queimava tempo, saindo pelo centro do lado poente, quando estava a dois passos do canto norte/nascente. Palhaçada…

Da arbitrariedade

Sempre que ouvi notícias, neste últimos dias, acerca do esfaqueamento de que foi alvo um adepto do Vitória, perpetrado – toda a gente sabia menos os jornalistas, normalmente tão bem informados – por um membro de uma claque do Benfica, eram tantos os pruridos, fazendo questão de dizer “adepto alegadamente do Benfica” e com tantos paninhos quentes que até se poderia ficar com a sensação de que o vitoriano foi contra o canivete que um moçoilo lisboeta tentava vender…

Se fosse ao contrário, até já estou a ver quais seriam as manchetes e os epítetos com que nos brindariam. Até membros do governo vinham a terreiro…

Mas os mesmos jornalistas que achavam que a facada foi dada por um alegado adepto do Benfica, não tiveram dificuldade em afirmar que uma viatura de um benfiquista de Castelo de Paiva foi – lamentavelmente, digo eu – amolgada por membros de um das claques do Vitória.

Assistimos aqui à mesma dualidade de critérios que inclina os relvados. Pela pena de quem os julga perante a opinião pública.

Acho que estamos falados.

E acabar com a hipocrisia?

Eu também estava no D. Afonso Henriques quando pereceu Féher. Sim, também fiquei abalado com o falecimento precoce de um atleta.

Mas, vai fazer-se, todos os anos, isto? Aquela espalhafatosa homenagem? É mesmo preciso aquilo tudo para mostrar que ainda hoje se lembram daquele que no ano em que faleceu queriam esquecer?

Se realmente acham que Féher deve ser homenageado, porque não o fazem recatadamente? Para quê todo aquele show-off? Para quê, se não aproveitamento puro e simples, a elevação à categoria de mártir de um atleta que era, à altura um dispensável?

Para fim de conversa e para que percebam que o que digo não é tão disparatado quanto isso, deixo uma pergunta no ar:

E no ano passado, veio alguma delegação do Benfica ao D. Afonso Henriques em Janeiro, homenagear o tão querido Miklos?

Pois…

domingo, fevereiro 03, 2008

Do Kosovo com amor...

2-1

Toma lá badocha.

BASTA DE VIOLÊNCIA POLICIAL!

Estou a chegar agora mesmo do jogo, que há pouco terminou, entre o Vitória e o Leixões.
Ganhámos, mas nem isso me consegue animar.

Acho que é altura de se fazer algo. Já chega de assistirmos impávidos e serenos a estes abusos por parte de quem tem por obrigação zelar pela nossa segurança.

Hoje foi na bancada poente do Estádio D. Afonso Henriques, sem motivos que o justificasse, a polícia de choque - ou se não era, pelo menos, estava armada como tal, à Robocop - carrega sobre associados do Vitória, gerando imediatamente uma onde de protesto.

Na semana passada, no jogo contra o Benfica, quando era necessário intervir, assistiram.
Hoje esta gente - que deve vir de Braga, tal é o ódio que nos têm - que nem respeito merece, porque não nos respeita, tinha uma imensa vontade de correr à bastonada vitorianos.

Tanto assim foi que, frente à bancada Topo Norte, outros robocops, perante um aglomerado de vitorianos que esperavam a saída dos leixonenses, diziam, alto e bom som e com "ar de fome", vamos limpar esta merda toda!

Pela parte que me toca, vou escrever sobre este assunto e apelo a quem possa e queira fazê-lo também. Não me calarei.

Acredito que se mais vozes se juntarem, talvez venhamos a ser tratados como adeptos de futebol. Nós não somos animais. E queremos apenas que a polícia que para cá seja destacada, não seja a cambada de animais que tem vindo.

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