12 de Janeiro de 2007
Queremos mais!!!
Não foi fácil. Já se passaram uns aninhos desde então e como a minha memória já não é o que era, confesso que tive de fazer um exercício de memória para que me recordasse com exactidão. Mas a ocasião pedia-o e assim sendo, aqui vai:
Era eu então um rapazote, que do alto dos meus quase 17 anos e com a confiança dos que querem mudar o mundo aliada à – então recente – vitória nas eleições para a Comissão Política Concelhia de Guimarães da Juventude Centrista, pleno de fervor associativo e hiperactividade de adolescente, me enchi de brios e acedi ao gentil convite da Teresa Ferreira para uma entrevista.
Foi a primeira vez que subi as escadas do número 125 da Rua de Santo António, ao cimo das quais se encontra a redacção do Notícias de Guimarães. O bichinho da comunicação social já me tinha contagiado. Já tinha tido umas experiências na Rádio Fundação e se não me falha a memória por essa altura estava também a colaborar na Rádio Santiago, se não como animador, pelo menos como cronista com as minhas “Pauladas no Charco” integradas no programa que o Carlos Cerca tinha nas madrugadas.
Feito o intróito e voltando ao dia em que fui pela primeira ao NG foi também quando conheci pessoalmente o Sr. Antonino, hoje Comendador. Figura afável, imponente, que a par do já desaparecido Sr. Rodrigues enchia aquele primeiro piso. Disse-me a Teresa Ferreira, meio a brincar, que o fundador deste jornal, senhor já de uma respeitável idade, subia as escadas mais rápido que qualquer outro de metade da idade. Claro que não era um dado científico e nem sequer andamos a cronometrar o Sr. Antonino ou chamamos o Guiness Book of Records para o confirmar. Era apenas uma metáfora explicativa da perseverança de um homem que há 75 anos, editou um jornal semanário, mantendo-o ininterruptamente nas bancas. O homem que perto dos seus 80 anos subia as escadas como ninguém, está hoje de parabéns. Não por ser o seu aniversário natalício. Mas sim por ser o aniversário do seu “filho” mais conhecido. O Notícias de Guimarães foi criado há 75 anos, no dia 11 de Janeiro de 1932.
O difícil é haver algo em Portugal que perdure, algo que se mantenha. Criar é fácil. Acabar também. O “pelo meio” é que é mais complicado. Até as minhas crónicas. Começaram, mas depois foram interrompidas. Agora voltaram. Mas não se mantiveram.
Parabéns Sr. Antonino. Parabéns Notícias de Guimarães. É com muito orgulho que me sinto parte desta equipa e deste modo singelo fico ligado à comemoração da efeméride.
Venham mais 75! Guimarães agradece.
Guimarães 2ª melhor cidade para se viver
O semanário Expresso publicou no passado Sábado um comparativo de várias cidades portuguesas, que dava Guimarães como a segunda melhor cidade do País para se viver. Os factores de desempate eram vários e iam do lazer à cultura, do património ao respeito pelo ambiente, dos espaços verdes ao comércio, passando pela segurança, restauração e alguns outros. O texto onde Guimarães é uma somatório de lugares comuns, que até em parte denigrem um pouco a cidade onde nasceu Portugal. Mas demos isso de barato. Relevemos.
Afinal de contas, no cômputo geral, Guimarães conseguiu um honroso 2º lugar, logo atrás da capital.
O meu coração diz-me que Guimarães não é a segunda. É a primeira destacadíssima. Não só de Portugal, mas também do Mundo inteiro.
E muitos foram os comentários que surgiram, em blogs, fóruns e cafés nesse sentido. Mas temos de ser sérios. Ainda há muito caminho a percorrer para que essa seja uma verdade. Racionalmente temos de tentar aquilatar das falhas da nossa cidade. Para que num próximo estudo do género possamos passar para número um!
O orgulho por termos sido segundos não nos deve diminuir a vontade de almejar ser primeiros.
Publicidade enganosa
“Estudos científicos independentes dizem que…” ora aqui está uma frase que me deixa deveras intrigado. Começar um anúncio com esta frase é das coisas que me deixa mais atemorizado.
A conjugação das três palavras “estudos científicos independentes” causa-me calafrios. Imagino logo um grupo pago pela marca em questão para que independentemente emitam um parecer que possa sustentar o que a marca quer vender. É uma frase que tem em mim o mesmo efeito que as credíveis imagens do “antes e depois” que antecedem os apetrechos de manutenção anunciados nas televendas. Os gordos de barriga proeminente, ostensiva e orgulhosamente empurrada que dão lugar a culturistas com apenas 10 minutos diários, enquanto cozinha…
Ou então os corpos femininos depois de passarem pelas clínicas de estética. Parece gozo… como se alguma daquelas figuras alguma vez na vida precisasse de “mexer” no que quer que seja. Quase como vender areia no deserto.
Apetece pedir o livro de reclamações.
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