quarta-feira, janeiro 30, 2008

25 de Janeiro de 2008

Assalto ao 2º lugar

Vai bem lançado o nosso Vitória. Na Taça despachamos o Nacional com aparente facilidade e no campeonato, se tudo correr bem amanhã, na próxima semana estarei aqui a escrever sobre a sensação de estar no 2º lugar da Liga. E como me vai dando gozo esta situação… Naturalmente que estar nesta posição, por si só, é gratificante. Mas ver que o vamos fazendo, sem loucuras, mantendo o norte e não embarcando em megalomanias, dá-me um especial prazer. Ainda que, na minha modesta opinião, a forte possibilidade de almejar a Liga dos Campeões, motivada pela extraordinária união e fantástico aproveitamento do curto plantel actual do Vitória, aliado ao miserável rendimento dos clubes da segunda circular e ao animador desnorte desportivo com que o novo-riquismo de além-morreira no tem presenteado, merecesse uma abordagem ambiciosa por parte da Direcção vitoriana. Com os pés assentes na terra, é certo, que os tempos não estão para loucuras, mas sem desviar propositadamente os olhos de algo que dificilmente parecerá tão alcançável como nesta época.

Está pois o Vitória onde deve estar. Entre os grandes, ombreando e pugnando pelos mesmos objectivos, não deixando margem para costelas ou costeletas. É que indiscutivelmente, o nosso sucesso será o insucesso dos supostos grandes.

Por falar em grandes

Tenho por Manuel Cajuda uma grande admiração, manifestada inclusive, algumas vezes aqui. Foi, afinal de contas, um dos principais obreiros da recuperação que devolveu o nosso Vitória ao seu lugar.

Como pessoa, nada a apontar, muito pelo contrário.

Mas que a entrevista que o mister deu ao maisfutebol, e logo na semana que antecede o jogo com o Benfica, foi um tanto ou quanto infeliz, isso foi.

È que se já na reportagem ReporTV, que passou na SporTV e que terminou com uma frase dirigida a Jesualdo Ferreira, que denotava pose de subserviência, assumindo o papel de treinador de um Vitorinha, que parecia que era a primeira vez que jogava contra o campeão nacional, nesta última as constantes referências aos três grandes foram exageradas. E a manifestação da preparação que agora tem para treinar um desses supostos grandes, nem se fala. Já para não falar na declaração de benfiquismo na semana de jogo contra eles. É daquelas perguntas às quais, por muito que até seja verdade e ninguém pede que minta, não se deve responder. Muito menos com este timing. É, como diz um amigo meu, a mesma coisa que ter um vendedor da sua empresa, a dizer que de quem gosta mesmo é da empresa concorrente. Podia ser o melhor vendedor do mundo, mas nesse caso, calado era poeta.

A rever a excessiva mediatização e pensar seriamente em gestão de imagem. Algum recato não faria mal nenhum. É que, às vezes, o silêncio é de ouro.

José Cid

Tinha previsto ir ver José Cid e relatar aqui a minha leiga – friso bem a leiga, porque eu não tenho a mania que sei de tudo e mais alguma coisa – opinião sobre o assunto.

Por uma questão de prioridades não o irei fazer. Marcaram o Vitória para a mesma hora e foi uma daquelas situações em que nem hesitei.

Tremenda injustiça para José Cid, em Guimarães, ter de competir com um Vitória - Benfica. Como eu, outros, em opção, irão ao estádio!

Mas tenho pena de não ir.

Até porque:

Tenho a certeza que, sendo o jogo transmitido pela TVI e tendo circulado pela Internet uma gravação das conversas (em off) dos comentadores da televisão dos espanhóis da Prisa, em que desejavam ao Vitória que apanhasse “outras quatro em Setúbal”, como apanhou na Amadora e já que nas entrelinhas das palavras deles, continuamos com a fama de arruaceiros, de tal modo que um dos comentadores aconselhava o colega a levar jantar já que provavelmente só sairiam por volta da uma da manhã, os impropérios lançados a esse canal de televisão que nunca deveria ter ficado com o futebol porque não o sabe trabalhar, serão com certeza bem audíveis. E eu quero ver se me faço também ouvir…

sexta-feira, janeiro 18, 2008

18 de Janeiro de 2008

Pitoresco ou terceiro-mundista?

Nestes dias em que a nossa (portuguesa) confiança já os teve melhores, e em que “é bem” dizer mal do que é nosso, de preferência minimizando-nos enquanto povo por comparação com outros, por vezes é necessário sair da Pátria para que a consideremos um pouco mais.

Recorrentemente usa-se agora a torto e a direito a expressão de que o nacionalismo / patriotismo se cura viajando. Se, para servir alguns interesses a expressão não é mentira, o contrário é tão ou mais válido.

Se não, atentem.

Itália, no que diz respeito à minha actividade profissional, ainda é o País com as principais feiras internacionais. Uma delas, já a caminho da sua 70ª edição, realiza-se bem no norte de Itália, nas margens do Lago di Garda, em Riva del Garda.

Esta região fica a quase 200 kms de Milão, principal aeroporto que serve a zona, já bem perto da Suiça e Áustria.

Costumo dizer, meio a brincar meio a sério, que é mais ou menos como se a antiga feira do sector do calçado português, a MOCAP, se realizasse em Trás-os-Montes.

Os visitantes estrangeiros aterravam em Pedras Rubras – aquele aeroporto que tem o animador nome de um homem que morreu de acidente de avião – e ou alugavam carro ou então eram metidos em autocarros, não em direcção a Matosinhos, mas sim com destino a Vinhais. E tinham de ir felizes da vida, agradecendo muito porque lhes estávamos a proporcionar o usufruto de uma paisagem agradável.

Chegados ao destino, o recinto da feira propriamente dito, não é um. Há um principal, maior que os outros. Mas para além desse, entre o Palácio de Congressos e o Casino do Arco, o recinto afinal, é uma boa meia dúzia. Todos eles oficiais. Que distam seguramente mais de dez quilómetros entre eles. Fora os expositores que não expõem na feira, mas sim em hotéis nas redondezas. Confusos? Agora imaginem lá…

Para não baralhar mais, imaginemos então que o recinto principal é uma labiríntica estrutura P3+1 (três pisos mais um, em que o mais um é o parque de estacionamento do último piso com uma tenda cheia de expositores do Bangladesh, Paquistão, Sri Lanka), com quatro pavilhões por piso.

À esquerda de quem entra ainda há uma tenda onde está uma dezena de expositores portugueses. Para usar um eufemismo, vou apenas dizer que as condições são fraquinhas…

Lá como cá, estava a chover. E bem. Normalmente chuva em Janeiro, para quem está no ramo do comércio a retalho de calçado, é uma bênção. Lá vão sair mais umas botitas, é a primeira reacção do sapateiro. E foi. Mas só até chegar ao parque de estacionamento pago. Nada contra o parque ser pago. O que me causou espécie, foi mesmo os parques serem em terra. Ou melhor, terem sido em terra, no Verão. Agora são lameiros. Se fosse cá, caía o Carmo e a Trindade e ainda levávamos com uma data de terceiro-mundistas.

Lá não. Como é em Itália, a chafurdice tem muito estilo e é pitoresca. Faz-me lembrar uma história que uma professora minha, no Liceu, contou e que girava em torno da falta de beleza das mulheres. Havia uma mulher pobre e pouco bonita, que era feia. Uma ainda menos bonita, mas rica, já era exótica.

Era ver os normalmente super exigentes alemães a comer sanduíches, que não vinham embaladas individualmente, equilibrando a lata de bebida na outra mão, encostados ás paredes, porque mesas, nem vê-las… E eles felizes.

E os ingleses, visceralmente picuinhas, calcorreando estreitos corredores entre stands onde os expositores chineses comiam com as caras enfiadas nas tigelas de massa e arroz… E eles felizes.

Um caso de dois pesos e duas medidas.

O que é certo é que a “nossa” MOCAP, definhou, até morrer no edifício da Alfândega do Porto, numa feira onde havia mais expositores que clientes, depois de ter passado por recintos de feiras com excelentes – à altura – condições, como era o caso do Palácio de Cristal, do Europarque e, claro está, da Exponor.

Lá não. Andam felizes. Se aquela feira fosse cá, já uma ASAE qualquer a tinha fechado.

E o pior é que, mesmo que não se queira, lá se tem de ir. Ainda que não feliz.

Coisas que se aprendem no estrangeiro

Aprendi agora, em Itália, algo da História de Portugal que desconhecia por completo. Há coisas que só mesmo lá fora, num sítio onde as criancinhas desde novas são tão inteligentes que até falam italiano, se pode ficar a saber.

A meio de uma daquelas conversas estúpidas de bar do hotel, entre bebidas de fim de noite, e notando que o barman parecia querer que comunicássemos em inglês, idioma que domino algo melhor do que o faz o nosso Primeiro – ainda que não tenha feito a cadeira de inglês técnico na Independente – o barman, lapidarmente e após constatar que os portugueses, regra geral, até se desenrascam bem no inglês, vai buscar a explicação para esse “jeito” ao facto de termos sido uma colónia inglesa. Ora toma.

Enquanto o meu irmão lhe tentava explicar que talvez ele se tivesse baralhado, e confundido o Tratado de Methuen com colonização e que do Reino Unido nós só éramos aliados e que, volta e meia, lhes ganhávamos em jogos épicos de futebol, ele contrapunha com o livro de História que tinha estudado na escola. E que tinha a certeza absoluta. E que até os ingleses são os turistas que vêm em maior número para Portugal, logo, fomos colónia.

Apetece dizer, parafraseando Scolari: E o burro sou eu?

domingo, janeiro 13, 2008

11 de Janeiro de 2008

A coluna este ano começou bem

Para gáudio de alguns, esta página na semana passada saiu sem a minha foto. Começou bem o ano. Na primeira edição de 2008 do NG, escrevi uma coluna irrepreensível. Nem um único erro ou gralha. Limpinho. Pudera…

Pois é, o trânsito voltou a fazer das suas. Em mais uma das minhas viagens por este “imenso” Portugal, um acidente na A1 – a auto-estrada que dá a sensação de ter mais troços com obras de alargamento do que vias com largura de auto-estrada a sério – aliado ao dilúvio que se fez sentir, fez com que não conseguisse escrever o texto. Aos meus leitores, as minhas desculpas.

David Fonseca

Tinha deixado aqui a promessa de vos contar como foi o concerto de David Fonseca no São Mamede. Ainda que com uma semana de atraso, cá vai.

Esta foi uma noite que, para mim, representava duas estreias, já que nunca tinha visto David Fonseca a solo e nem tinha ainda ido ver o São Mamede depois de reaberto. Começo pelo segundo ponto.

Pelo que pude constatar – já que cheguei, para variar, em cima da hora e subi as escadas que dão acesso àquilo a que se chamava tribuna e agora se chama 1º Balcão – achei bem conseguida a redecoração e o novo conceito dos pisos superiores do espaço interessante. Parece ser um excelente sítio para uma noite agradável.

Tentando descrever, muito resumidamente, para que quem conhecia o (Cinema) São Mamede e ainda não tenha tido oportunidade de lá ir, subindo pela porta da direita, chegando ao primeiro piso, contrastando com o piso e paredes escuras, uns sofás de design moderno dão um colorido à iluminada q.b. sala. À direita da sala, colada às escadas que dão acesso ao piso superior, está o DJ (onde outrora havia um carrinho de pipocas) que, pelo pouco que ouvi, presenteia os presentes com um chill-out muito agradável. A caminho do antigo bar, naquele recanto à esquerda da entrada da sala de espectáculos, está agora o Bar (a maiúscula foi propositada), um balcão comprido e ao comprido da tal sala.

No piso superior, mal acaba de se subir o último vão de escadas, está um balcão e uma estante com exposição de livros, em jeito de livraria.

De realçar o cuidado que houve para com os deficientes, estando o espaço dotado de um elevador.

Até agora a apreciação tem sido bastante positiva. A nota negativa vai claramente para as cadeiras. Ou melhor, para o espaço entre elas. Esperava sinceramente que, aquando das obras de remodelação tivesse sobrado algo para a eliminação de uma fila de cadeiras. Principalmente em concertos onde apeteça dançar sentado. Não dá mesmo jeitinho nenhum.

Em relação ao concerto, gostei. Acho David Fonseca um excelente profissional, interagiu (e brincou) muito com o público, fez umas covers engraçadas, sempre com muito profissionalismo, mas deixando transparecer o gozo enorme que lhe estava a dar aquela performance.

E isso reflectiu-se no tempo de concerto. Deu a sensação de que o tempo dedicado a encores – prolongamento - foi quase tanto como o de alinhamento – tempo regulamentar, o que num artista com um registo tão marcado como é o caso, acabou, na minha opinião, por ter sido um grande concerto, quiçá um pouco grande demais.

Mas que temos artista, não há dúvidas.

E no José Cid, lá estarei.

E o burro sou eu?

Nesta quadra festiva, com algum tempo para brincar com o meu filho, dei por mim a pesquisar no baú das recordações jogos de Playstation antigos.

Encontrei um que, salvo erro, era o primeiro da série Pro Evolution Soccer, que deve ser “só” o mais popular jogo de futebol.

Como quase sempre, escolhemos a Selecção Nacional Portuguesa para jogar. Eis que surge alinhada a equipa das quinas, vestida com um dos mais feios equipamentos de que há memória.

Quim, Dimas, Abel Xavier, Couto, Jorge Costa, Vidigal, Paulo Bento, Sérgio Conceição… entre outros.

Lembrei-me então da arrogância de Scolari e apetece-me dizer que com alguns destes nomes, qualquer um era ruim… qualquer um era burro.

Difícil era fazer lagosta com bacalhau.

Diz que é uma espécie de exagero

Sigo os Gato(s) Fedorento(s) desde a SIC Radical. Acho-os, neste momento, os melhores humoristas nacionais. Acho-lhes piada.

Mas daí até à RTP, num mesmo dia, dedicar dois programas inteirinhos ao que tinha sido o programa de noite de fim de ano do seu canal 1, parece-me uma espécie de exagero.

Tesourinho horripilante

José Castelo Branco no Domingo à tarde a cantar na SIC

E pelos vistos já o tinha feito na noite de passagem de ano. Deprimente. Horrível. Escabroso. Horripilante. Faltam-me adjectivos. Só visto. De fugir.

Mas a culpa nem é dele. É do anormal – só pode ser – que deixa um anormal fazer uma anormal figura daquelas em horário nobre. Venha mais um canal. Depois de estes terem batido no fundo, pior não pode ser…

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