sábado, abril 07, 2007

06 de Abril de 2007

A relação entre os prazos e o voice mail

Perdeu o juízo! Está apanhadinho de todo! Agora é de vez! Estará maluquinho? Isto é lá maneira de começar um texto num prestigiado semanário?

Essas e mais algumas dúvidas, em relação à minha pessoa, serão dissipadas mais adiante.

Tenho de vos confessar. Sou como qualquer outro português, no que diz respeito aos prazos. E desconfio que também em relação a essa infernal invenção, chamada voice mail.

Tenho com os prazos uma relação muito bem alicerçada, no pressuposto de que são sempre cumpridos, mas deixados para a última da hora.

Com o voice mail, também tenho uma relação curiosa, do género da que tenho com uma máquina de musculação que comprei há uns anos: sei que existe, sei que o tenho, mas não o uso. E de quando em vez, digo que vou passar a usa-lo.

Hoje é um desses dias. Tocou-me há pouco o telefone. Era a directora do NG. Perguntou-me se tinha ouvido a mensagem. Pois. De facto não. Não, Teresa, não ouvi, retorqui eu.

Moral da história.

Neste preciso momento, em que escrevo esta coluna, sei que na redacção já me chamaram de tudo, porque ainda ninguém foi jantar e a edição não foi ainda fechada. Está tudo á minha espera. À espera de uma luz qualquer que me ligue o motor e envie este texto.

Entretanto eles esperam. E desesperam.

Mas desta vez tenho uma desculpa… relativa. Não me lembrava que sexta-feira era feriado e que tínhamos de fechar isto mais cedo um dia.

O que é certo é que está uma equipa de redacção, inteira, cheia de fome e sem necessidade, pois bastava eu ter-me lembrado disso.

Hoje falo neles. E louvo o seu trabalho e paciência.

Por uma vez, um merecido muito obrigado, por esta e pelas outras.

E pensar que para cumprir este prazo bastaria ouvir o voice mail…

O futebol e as famílias

Com a ajuda da inefável comunicação social nacional, sempre tão pronta a ajudar a menosprezar-nos, nós, os de Guimarães, ganhamos uma aura. Colaram-nos um rótulo. Etiquetaram-nos. Somos uns selvagens. Temos a fama de arruaceiros e tão cedo, dela não nos livramos.

Por mais deslocações e idas a estádios pró esse país fora, onde somos sujeitos aos mais selvagens actos de violência por parte dos “outros”, a culpa há-de ser nossa. E com jeitinho, ainda arranjam maneira de nos multar e de nos interditar o estádio. Aquela velha história da cara que é culpada porque foi de encontro ao punho.

E isso não acontece tão poucas vezes quanto isso.

Peguemos no exemplo do jogo contra o Lixões na primeira volta. Foram vários os relatos de agressões a vitorianos – na maioria das vezes grupos de matosinhenses contra um vitoriano – nas imediações do campo deles, para além da emboscada montada aos autocarros que levaram adeptos nossos, na rotunda AEP.

Disse-o então e volto a dize-lo hoje. Tal deveu-se a incompetência – se é propositada ou não, não sei – das forças de segurança que deviam ter zelado pela integridade física dos vitorianos.

Falharam porque não policiaram as imediações do campo e falharam mais ainda quando mandam os autocarros, depois de estarem no Porto, onde seria fácil seguirem pela VCI, voltarem ao IC1, onde eram alvos fáceis para os covardes ganapos peixeiros de pedra em riste.

Mas nós, em Guimarães somos muito justos. Estamos mal habituados. A nossa polícia é de uma eficiência acima da média. Os mesmos que puderam atacar as famílias vitorianas em Matosinhos, chegaram a Guimarães escoltados pela polícia, provocaram e saíram, sob a mesma hiper eficiente protecção, qual fortaleza inexpugnável de robocops, havendo apenas a lamentar um ferimento ligeiro num motorista de um dos autocarros.

Não se pense que eu defendo que a polícia devesse ter abandonado os leixonenses ao deus-dará. Não. A única coisa que eu defendo é que os vitorianos tenham direito à mesma deferência em situações análogas. Se cá é assim, que assim seja em todos os estádios do País.

E que seja assegurada a segurança, também, às famílias que gostam de futebol e não apenas às claques. Que haja escolta, mas para todos.

É que se assim não for, assistimos a mais uma situação em que o crime compensa. Só os arruaças que incomodam têm direito a não ser incomodados. Como se verificou nesses dois embates contra a agremiação de Matosinhos, o Lixões.

E algo nessa equação não bate muito certo.

1 Comentário:

Luis Cirilo disse...

Caro Amigo:
aparece sempre que quiseres que é muito bem vindo.
Um abraço

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