09 de Fevereiro de 2007
Metamorfose
À hora a que escrevo estas linhas, ainda não sei em concreto qual é o programa eleitoral da lista de André Pereira. Sei apenas que marcou a respectiva apresentação para hoje (quarta-feira). Como tal, mesmo correndo o risco de soar anacrónico o que vou escrever, há algumas considerações que penso não se revelarão, em si, anacrónicas até ao final da campanha.
Inicialmente a lista de André Pereira assumiu-se, fazendo fé no que deu à estampa na comunicação social, com “o propósito principal de promover o debate em torno da actual situação do clube”.
Após as primeiras entrevistas, a postura mudou e passou da lista “de debate” para uma lista que “é para ir até ao fim” e que “se for eleita, encontrará soluções para o Vitória”. Metamorfoseou-se. Claro que, fossem outros a faze-lo, seriam imediatamente apelidados de vaidosos, dir-se-ia que começaram a ficar com sede de protagonismo e a não querer deixar de aparecer, quando tomaram o gosto a ser entrevistados… mas aqui não. Dê-se o benefício da dúvida. Continue o beneplácito generalizado…
Tem sido unânime e politicamente correcto dizer que o facto de existirem três listas, é paradigmático da vitalidade do nosso clube. Sim. OK. Incontestável.
Incontestável é também o direito dos sócios efectivos – segundo os estatutos do clube, um ano após a admissão – de votar e ser votado. Incontestável a parte de ser um direito, não tão incontestável assim, pelo que tenho ouvido, a parte do tempo de admissão (mas adiante que isso são contas de outro rosário) …
Assim sendo, nada de mal. Muito pelo contrário. Desde que a candidatura seja efectivamente responsável, ponderada e bem estruturada, tendo procurado de antemão saber a real situação que vão encontrar, todo o vitoriano tem o direito ao sonho, ao sonho de ser dirigente do seu clube.
Fica apenas um pequeno reparo. Para se assumirem e serem tidos como alternativa credível, têm de deixar de se auto cognominar como “a voz dos sócios”. A partir do momento em que abdicam da quixotesca ideia de ser “a lista do debate” e assumem que, afinal, vão até ao fim, deixam de ser outsiders, para serem candidatos como outros quaisquer. E sócios, todos são. Todos os trinta e três candidatos, onze por cada lista, sujeita a eleição. Não se é mais sócio e nem menos sócio, em função da bancada onde se vê futebol.
Até ao momento, as outras duas candidaturas têm dado mostras de querer tratar com a mesma deferência e respeito qualquer outra lista de vitorianos que se apresente a sufrágio, logo é de extrema importância que todas as equipas em contenda não entrem pelo caminho fácil dos chavões e da sempre perigosa demagogia.
Mas isto é só a minha opinião… e vale o que vale. Até porque o contributo que podem dar à campanha, estou certo, vai tirar a razão de ser a estes meus receios…
A altura dos porquês
A cada semana que passa e a cada desaire que se soma, há dúvidas que cada vez mais me assolam:
- Sr. Presidente Vítor Magalhães, porque é que não se demitiu a tempo de ainda deixar que se tentasse fazer algo pelo Vitória, neste mercado do Inverno? O presente que deixa, é de tal modo envenenado que até a obrigatória subida é, cada vez mais, uma miragem. Já tinha mostrado do que (não) era capaz até então, não acha que já chegava?
- Sr. Presidente Vítor Magalhães, por onde tem andado o senhor? Sabe… temo que a sua ausência se reflicta no rendimento da equipa, já que o Sr. os acompanhava sempre tão de perto e até ia para o banco de suplentes. Ainda começamos a perder jogos…
- Sr. Presidente Vítor Magalhães, o senhor, como supra sumo da seriedade e paladino da verticalidade, como sempre fez questão de se auto apregoar, não iria começar já a debandada, de regresso ao seu estado de vitorianismo pré-presidencial (vide vegetativo), ou iria? Nem iria emitir cheques datas posteriores às eleições, tornando ainda mais difícil a tarefa árdua de quem lhe suceder, pois não?
Blogosfera
http://torrecanina.blogspot.com/
A minha sugestão, nesta edição d’a coluna, vai para um blogue superiormente escrito, visceralmente vimaranense, que brinca com coisas sérias e com o mesmo à vontade, promove o inquérito para se encontrar quais são, então, os 7 pilares da vimaranensidade, os sete vértices do heptágono que é a nossa essência, aquilo que mais nos identifica como vimaranenses.
A não perder o delicioso estatuto editorial e as curiosas referências históricas.
Eu sou frequentador assíduo desta torre.
Guimarães no seu melhor
Numa das próximas semanas, haverá mais uma edição desta rubrica, pelo que renovo o repto:
Façam-me chegar, ao e-mail paulosaraivagoncalves@hotmail.com, fotografias, textos ou curiosidades – de preferência com uma pontinha de humor – que tenham algo a ver com Guimarães.
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