17 de Agosto de 2007
Há dias assim…
Viagem a Lisboa. Não dava para ir de Alfa (como já expliquei, em colunas anteriores é o meu transporte preferido entre o Porto e Lisboa) lá tive eu de ir de carro.
Era pressentimento. Algo me dizia que devia mesmo ter-me despachado mais cedo e ter ido de comboio.
Já devia saber. Agosto, mudança de quinzena, carros carregadinhos de tudo e mais alguma coisa, até ao tejadilho, conduzidos muitas vezes por pessoas sem o mínimo de noção de o que é uma auto-estrada a não ser duas ou três vezes por ano.
E lá vou eu. Aturar, numa escaldante sexta-feira, condutores que vão à estonteante velocidade de
Depois de chegado a Lisboa, reunião corre bem e rapidamente me despacho.
Saio em Alverca para meter combustível porque, com as pressas, à ida para Lisboa nem deu para parar. Atesto. Ligo o carro. Ou melhor, tento ligar o carro. Eu queria, ele não. Uma vez. Duas vezes. Três vezes. Ganhou ele. Contra factos não há argumentos.
Do mal, o menos – pensei eu – enquanto via que ao lado da bomba de gasolina havia uma estação de serviço, com venda de peças e tudo. Ainda me senti com mais sorte quando olhei para o relógio e vi que eram quase sete da tarde. Ainda não estava fechado. Prestáveis. Vamos tentar empurrar, dizem-me. Está bem, está. Nós queríamos, o carro continuava sem querer. Segundo round para o carro.
Tenta-se com uma daquelas coisas que, presumo, servem para carregar a bateria, ou se não é bem para isso, devem servir para por o carro a trabalhar. Terceiro round para o temível e teimoso inglês… KO!
Nada mais havendo a fazer, chame-se o reboque. Depois de ligar para a assistência em viagem, rapidamente o reboque chega. E pouco depois, também o táxi que, simpaticamente me leva de volta a Lisboa – ironia das ironias, ao Prior Velho, de onde tinha saído uma horita antes – para levantar um carro de aluguer, para que pudesse seguir viagem em direcção ao norte.
Passei entretanto pelo meu carrito no reboque. Sensação amarga e no mínimo estranha, só atenuada pela visão de um Continental GT também num reboque. Provavelmente iria para um stand, mas eu quis pensar que não… que também tinha avariado. É aquela atitude mesquinha de dizer: se até um Bentley avaria… O meu ego agradeceu.
Já na viatura de substituição, sintonizo na TSF. Fila de 17 kms na A1, devido a acidente. Contas de cabeça. Tento imaginar as alternativas. Ou viro na A15 em direcção às Caldas – se conseguir chegar sem trânsito ao nó – ou então saio em Aveiras e vou pela velhinha Nacional 1.
Arrisquei. Tentei ir pela A15. Uns quatro kms antes da saída as três filas completamente para. Arrisquei e não petisquei. Lá consegui chegar à meia dúzia de quilómetros de auto-estrada, até à saída de Rio Maior, onde apanhei a velhinha Porto – Lisboa.
Senti-me por momentos no regresso ao passado. Num filme a preto e branco sobre a Route
Lá chego a Leiria. Atravesso a via que passa ao lado da cidade. Vejo o Estádio com menor taxa de ocupação de todo o Portugal – também é feio que dói, de castigo merece estar vazio, disparato eu para os meus botões. Viro depois para a A1.
Ligo para casa a dizer que afinal já não vou jantar. Olho para o lado. Vejo um C2 verde esquisito (algo entre a mostarda e o alface). Pareceu-me familar. Acho que tinha visto aquele carro antes de virar para a A15. Não havia grandes hipóteses de me enganar. Naquela cor, em toda a Europa deve haver, mais ou menos, dois carros. O outro està à venda num qualquer stand da Suiça há 5 anos. Sem sorte. Moral da história. Dei voltas e mais voltas e a Maria do C2 chegou mais rápido que eu.
Dia triste. Só superado pela sensação se ver o meu carrinho, em cima de um reboque da… AXA.
Há dias que mais vale não sair de casa.
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