24 de Agosto de 2007
Os verdeufémios
Já não é de hoje a minha antipatia para com o Bloco de Esquerda. Ainda aquilo não era Bloco de Esquerda e já o Partido Social Revolucionário me irritava.
A pose arrogante dos seus dirigentes, disfarçada sob a capa negligé chic de esquerda caviar de quem se recusa a usar gravata, mas obedece um dress code tão ou mais rígido que o formal fato e gravata, aliado aquele jeito andrajoso de os seus simpatizantes se apresentarem, aqueles lencinhos à Arafat – que também servem para os cobardes esconderem a cara – e principalmente a demagogia, sob a capa de sabedoria messiânica do trotskista Louçã, mais o pedantismo do Miguel Portas… que cocktail explosivamente repulsivo. Para mim, claro…
Vem isto a propósito da vergonha a que assistimos. À vergonha que foi a destruição de um campo de milho – alegadamente transgénico – por parte de uma centena de energúmenos com aspecto ou de quem tinha vindo do Festival da Zambujeira, a fumar ininterruptamente uns cacetes e sem tomar banho, como todos os “activistas” que se vêm sempre que há manifestações anti-globalização e outras que tais ou então de arrumadores de carros. Não… arrumadores não parecem. Esses normalmente não parecem muito felizes. Estes palermas – pelos vistos de várias nacionalidades – estavam felizes. Cantavam e dançavam enquanto se via o proprietário do terreno em desespero. Via a sua fonte de rendimento a ser destruída por uma cambada de esquerdalhos (esquerdistas bandalhos) e a GNR – pasme-se – a tentar tirá-los do campo. Não à bastonada, mas sim quase pedindo-lhes que não continuassem a cometer a destruição de propriedade alheia.
Soube-se entretanto que essa gentalha tinha vindo de uma coisa tipo conferência para marginais, sob a capa de workshop ecologista ou coisa do género.
Citando o Público, “A concentração, com mais de uma centena de pessoas, na maioria jovens portugueses e estrangeiros, foi preparada em segredo, por contactos de SMS e e-mail. Mas as autoridades souberam do que se iria passar. Por isso, logo pela manhã, foi destacada uma patrulha para perto da herdade. Enquanto os militares permaneceram por perto, nada aconteceu; mal viraram costas, chegou um autocarro de onde saíram os ambientalistas que estragaram o cereal. Com o regresso da GNR, em número reforçado, terminou a tarefa. Quando se aproximou o segundo autocarro, afirmou o comandante Bengala, "tocaram tambores, ouviu-se música, e a coisa ficou por ali". A líder do movimento, acrescentou o oficial da Guarda, "até agradeceu a colaboração da GNR, e pediu desculpa dizendo que a situação lhe tinha saído fora de controlo".
Que raio de país é este em que uns criminosos agradecem a colaboração da GNR? O que mais seria preciso para se proceder a detenções?
Segundo a mesma notícia ”A GNR apenas identificou meia dúzia dos manifestantes.” Para a GNR, os manifestantes não pretendiam o "confronto" com as autoridades, mas apenas "chamar a atenção da opinião pública para as suas ideias". Quando o objectivo foi alcançado, disse Bengala,"entraram calmamente no autocarro e tudo correu de forma civilizada".
Aqui começa a ver-se o dedo do BE.
Surge Gualter Baptista, a face vísivel do propositada e comodamente criado movimento. Activista do GAIA, um movimento ambientalista português, e líder do Movimento Transgénicos Fora. No site Esquerda.net (do BE) ele aparece de cara destapada, ao contrário de muitos dos cobardes ecoterroristas que consigo destruíram o campo do Sr. Menezes. E, para que conste, Gualter Baptista integrou as listas de Manuela Tavares, candidata do BE à Câmara Municipal de Almada. Mais uma vez se vê, por muito que se tente escamotear com um beneplácito generalizado na imprensa nacional, que a extrema-esquerda não pode continuar impunemente a basear a sua actividade propagandística em organizações como este Verde Eufémia, entre muito outros. São grupos que usam a violência como modo de actuação e meio de persecução dos seus ideais políticos. Usam a força para impor a sua vontade, ao bom estilo de grandes educadores.
Diz o tal Gualter Baptista – homem que ficou agora famoso pela sua expressão “ir lá partir aquela merda toda” – que assume a vertente revolucionária do movimento que diz ser "informal", baptizado de "Verde Eufémia", em homenagem às "lutas camponesas no Alentejo". Ao agricultor, afirmou, ofereceram "milho biológico para semear, caso quisesse abandonar os transgénicos". E a resposta? "Foi muito difícil conversar, os agricultores estão mal informados."
Coitado do povo. Coitado de quem tem de aturar iluminados como estes. Que distinta lata… Não bastava destruírem o milho ao homem e ainda, parece gozo, se propõem a oferecer milho biológico.
Então, quando na semana passada vejo que um eurodeputado do BE, Miguel Portas, afirma, no seu blog, a sua "simpatia com o gesto", que intitula de "primeiro acto de desobediência civil ecológica realizada em Portugal.", creio que estamos falados. O BE dá razão ao meu asco.
Já não há vergonha. Perdeu-se o sentido de decência. Um eurodeputado.
Perdeu-se o pudor. A impunidade é tal, no que toca às acções criminosas da extrema-esquerda, que já nem sentem necessidade de disfarçar ou tentar demarcar-se, um bocadinho que seja.
Enquanto existir este elan “romântico” em torno da esquerda, enquanto for não for tão anormal andar com um Mussolini estampado na camisola quanto o é andar com um facínora como Che Guevara, isto só vai piorar.
Enquanto os partidos políticos fazem a sua reentre com comícios, simpatizantes do BE escolheram este modo. São opções.
Para mim, não é nada que me espante. A mim nunca me enganaram.
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