sexta-feira, outubro 12, 2007

12 de Outubro de 2007

Às vezes acontece…

E desta foi um feriado que fez das suas.

E ainda para mais, um daqueles feriados aos quais não acho particular piada. Uma data em que se festeja um acontecimento desencadeado por um assassinato é, já de si, algo sinistro. Uma data em que se festeja um golpe de estado, após um chefe de Estado ter sido deposto e baleado, sob pretexto de se celebrar a República (ou vice-versa) na Câmara Municipal de Lisboa e toda a animação que lhe é característica, transforma este acto em algo, no mínimo, macabro.

Devido ao feriado da passada semana, do qual não me lembrei, a não ser quando me ligaram da redacção a perguntar pelo meu texto que tinha de ter ficado pronto até terça-feira, encurtando assim o prazo normal em vinte e quatro horas, foi-me de todo impossível escrever a minha coluna.

Sei que muitos houve, que ao verem que a mesma não tinha sido publicada, ficaram eufóricos com a possibilidade de me deixarem de aturar.

Mas não. Ainda não. Para já não está nos meus horizontes desocupar esta coluna. Para já, só mesmo por causa de um assunto de relevância maior, tipo regicídio ou outro do género é que deixo de escrever.

Peço aos meus leitores desculpas. Não pelas cerimónias do 5 de Outubro – que a sua pobreza não tem desculpa e nem eu tenho qualquer responsabilidade nas mesmas – mas por não ter previsto que as mesmas iam interferir com o meu prazo de entrega do texto.

A minha democracia é melhor que a tua.

A democracia é muito bonita, quando ganham os nossos.

As eleições no PSD, entre Marques Mendes (e toda a entourage de notáveis, barões e baronetes) e Luís Filipe Menezes do qual saiu vencedor o segundo são mais uma prova provada desta, cada vez mais actual, verdade.

Convém que se note que neste particular estou perfeitamente à vontade para comentar, já que sou perfeitamente equidistante em relação aos candidatos e este não é o meu partido, logo falo aqui como “treinador de bancada”.

As eleições foram directas, conforme os militantes decidiram que elas seriam.

Não consta que tenham sido fraudulentas, à excepção de umas tentativas de manobras de secretaria e de umas quotas pagas em lote.

Os militantes decidiram, supostamente dever-se-ia respeitar a sua decisão.

Parece que não. A exemplo do que aconteceu num partido um pouco mais à direita, quando o candidato que não o do “aparelho”, ganhou, foi logo um ai Jesus.

Aí começou a guerrilha interna. Inclusive dentro do grupo parlamentar. Principalmente dentro do grupo parlamentar.

Neste caso, começam as desfiliações. Chora-se que chegou o papão, o demagogo, o populista.

As virgens ofendidas, que neste caso são (ou pensavam que eram) também vacas sagradas, resolvem dar um ar da sua graça. Não podem é deixar de ser notados. Nem que seja de forma abrupta.

É que isto de ser democrata, como eu já disse algumas vezes, é muito giro, quando se ganha.

Ganhar é fácil. Mas é no perder que se vêm os verdadeiros democratas.

Presunción y agua bendita

Devo ter andado distraído. Há já bastante tempo, pelos vistos.

Serei eu o único a não achar que Camacho, treinador do Benfica, tenha curriculum ou sequer categoria no presente que lhe permitam, passe a expressão, falar “do alto da burra”, proferindo barbaridades como as que antecederam a deslocação a Leiria?

Que pedantismo. Que arrogância. Quem pensa ele que é?

Diz ele que “os de Leiria esperam pelo jogo contra o Benfica para fazer o jogo da época”. Julga-se do alto de um pedestal.

Para quem ganhou uma Taça, não está mal.

Para um clube que já não ganhava no campeonato há cinco jogos e em Leiria tradicionalmente vê-se e deseja-se para averbar resultados positivos, parece-me que há aí muita garganta.

Faz-me lembrar um tal de Adriaanse que também dizia que vinha contribuir para o engrandecimento do futebol português. Pois sim.

Estes Messias dos tempos modernos. Soubessem eles jogar com um losango e dois quadrados…

3 Comentários:

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