terça-feira, agosto 28, 2007

24 de Agosto de 2007

Os verdeufémios

Já não é de hoje a minha antipatia para com o Bloco de Esquerda. Ainda aquilo não era Bloco de Esquerda e já o Partido Social Revolucionário me irritava.

A pose arrogante dos seus dirigentes, disfarçada sob a capa negligé chic de esquerda caviar de quem se recusa a usar gravata, mas obedece um dress code tão ou mais rígido que o formal fato e gravata, aliado aquele jeito andrajoso de os seus simpatizantes se apresentarem, aqueles lencinhos à Arafat – que também servem para os cobardes esconderem a cara – e principalmente a demagogia, sob a capa de sabedoria messiânica do trotskista Louçã, mais o pedantismo do Miguel Portas… que cocktail explosivamente repulsivo. Para mim, claro…

Vem isto a propósito da vergonha a que assistimos. À vergonha que foi a destruição de um campo de milho – alegadamente transgénico – por parte de uma centena de energúmenos com aspecto ou de quem tinha vindo do Festival da Zambujeira, a fumar ininterruptamente uns cacetes e sem tomar banho, como todos os “activistas” que se vêm sempre que há manifestações anti-globalização e outras que tais ou então de arrumadores de carros. Não… arrumadores não parecem. Esses normalmente não parecem muito felizes. Estes palermas – pelos vistos de várias nacionalidades – estavam felizes. Cantavam e dançavam enquanto se via o proprietário do terreno em desespero. Via a sua fonte de rendimento a ser destruída por uma cambada de esquerdalhos (esquerdistas bandalhos) e a GNR – pasme-se – a tentar tirá-los do campo. Não à bastonada, mas sim quase pedindo-lhes que não continuassem a cometer a destruição de propriedade alheia.

Soube-se entretanto que essa gentalha tinha vindo de uma coisa tipo conferência para marginais, sob a capa de workshop ecologista ou coisa do género.

Citando o Público, “A concentração, com mais de uma centena de pessoas, na maioria jovens portugueses e estrangeiros, foi preparada em segredo, por contactos de SMS e e-mail. Mas as autoridades souberam do que se iria passar. Por isso, logo pela manhã, foi destacada uma patrulha para perto da herdade. Enquanto os militares permaneceram por perto, nada aconteceu; mal viraram costas, chegou um autocarro de onde saíram os ambientalistas que estragaram o cereal. Com o regresso da GNR, em número reforçado, terminou a tarefa. Quando se aproximou o segundo autocarro, afirmou o comandante Bengala, "tocaram tambores, ouviu-se música, e a coisa ficou por ali". A líder do movimento, acrescentou o oficial da Guarda, "até agradeceu a colaboração da GNR, e pediu desculpa dizendo que a situação lhe tinha saído fora de controlo".

Que raio de país é este em que uns criminosos agradecem a colaboração da GNR? O que mais seria preciso para se proceder a detenções?

Segundo a mesma notícia ”A GNR apenas identificou meia dúzia dos manifestantes.” Para a GNR, os manifestantes não pretendiam o "confronto" com as autoridades, mas apenas "chamar a atenção da opinião pública para as suas ideias". Quando o objectivo foi alcançado, disse Bengala,"entraram calmamente no autocarro e tudo correu de forma civilizada".

Aqui começa a ver-se o dedo do BE.

Surge Gualter Baptista, a face vísivel do propositada e comodamente criado movimento. Activista do GAIA, um movimento ambientalista português, e líder do Movimento Transgénicos Fora. No site Esquerda.net (do BE) ele aparece de cara destapada, ao contrário de muitos dos cobardes ecoterroristas que consigo destruíram o campo do Sr. Menezes. E, para que conste, Gualter Baptista integrou as listas de Manuela Tavares, candidata do BE à Câmara Municipal de Almada. Mais uma vez se vê, por muito que se tente escamotear com um beneplácito generalizado na imprensa nacional, que a extrema-esquerda não pode continuar impunemente a basear a sua actividade propagandística em organizações como este Verde Eufémia, entre muito outros. São grupos que usam a violência como modo de actuação e meio de persecução dos seus ideais políticos. Usam a força para impor a sua vontade, ao bom estilo de grandes educadores.

Diz o tal Gualter Baptista – homem que ficou agora famoso pela sua expressão “ir lá partir aquela merda toda” – que assume a vertente revolucionária do movimento que diz ser "informal", baptizado de "Verde Eufémia", em homenagem às "lutas camponesas no Alentejo". Ao agricultor, afirmou, ofereceram "milho biológico para semear, caso quisesse abandonar os transgénicos". E a resposta? "Foi muito difícil conversar, os agricultores estão mal informados."

Coitado do povo. Coitado de quem tem de aturar iluminados como estes. Que distinta lata… Não bastava destruírem o milho ao homem e ainda, parece gozo, se propõem a oferecer milho biológico.

Então, quando na semana passada vejo que um eurodeputado do BE, Miguel Portas, afirma, no seu blog, a sua "simpatia com o gesto", que intitula de "primeiro acto de desobediência civil ecológica realizada em Portugal.", creio que estamos falados. O BE dá razão ao meu asco.

Já não há vergonha. Perdeu-se o sentido de decência. Um eurodeputado.

Perdeu-se o pudor. A impunidade é tal, no que toca às acções criminosas da extrema-esquerda, que já nem sentem necessidade de disfarçar ou tentar demarcar-se, um bocadinho que seja.

Enquanto existir este elan “romântico” em torno da esquerda, enquanto for não for tão anormal andar com um Mussolini estampado na camisola quanto o é andar com um facínora como Che Guevara, isto só vai piorar.

Enquanto os partidos políticos fazem a sua reentre com comícios, simpatizantes do BE escolheram este modo. São opções.

Para mim, não é nada que me espante. A mim nunca me enganaram.

17 de Agosto de 2007

Há dias assim…

Viagem a Lisboa. Não dava para ir de Alfa (como já expliquei, em colunas anteriores é o meu transporte preferido entre o Porto e Lisboa) lá tive eu de ir de carro.

Era pressentimento. Algo me dizia que devia mesmo ter-me despachado mais cedo e ter ido de comboio.

Já devia saber. Agosto, mudança de quinzena, carros carregadinhos de tudo e mais alguma coisa, até ao tejadilho, conduzidos muitas vezes por pessoas sem o mínimo de noção de o que é uma auto-estrada a não ser duas ou três vezes por ano.

E lá vou eu. Aturar, numa escaldante sexta-feira, condutores que vão à estonteante velocidade de 110 km/h a ultrapassar o velocíssimo colega da pista da direita que vai a 109. Prost versus Senna, ou talvez não…

Depois de chegado a Lisboa, reunião corre bem e rapidamente me despacho.

Saio em Alverca para meter combustível porque, com as pressas, à ida para Lisboa nem deu para parar. Atesto. Ligo o carro. Ou melhor, tento ligar o carro. Eu queria, ele não. Uma vez. Duas vezes. Três vezes. Ganhou ele. Contra factos não há argumentos.

Do mal, o menos – pensei eu – enquanto via que ao lado da bomba de gasolina havia uma estação de serviço, com venda de peças e tudo. Ainda me senti com mais sorte quando olhei para o relógio e vi que eram quase sete da tarde. Ainda não estava fechado. Prestáveis. Vamos tentar empurrar, dizem-me. Está bem, está. Nós queríamos, o carro continuava sem querer. Segundo round para o carro.

Tenta-se com uma daquelas coisas que, presumo, servem para carregar a bateria, ou se não é bem para isso, devem servir para por o carro a trabalhar. Terceiro round para o temível e teimoso inglês… KO!

Nada mais havendo a fazer, chame-se o reboque. Depois de ligar para a assistência em viagem, rapidamente o reboque chega. E pouco depois, também o táxi que, simpaticamente me leva de volta a Lisboa – ironia das ironias, ao Prior Velho, de onde tinha saído uma horita antes – para levantar um carro de aluguer, para que pudesse seguir viagem em direcção ao norte.

Passei entretanto pelo meu carrito no reboque. Sensação amarga e no mínimo estranha, só atenuada pela visão de um Continental GT também num reboque. Provavelmente iria para um stand, mas eu quis pensar que não… que também tinha avariado. É aquela atitude mesquinha de dizer: se até um Bentley avaria… O meu ego agradeceu.

Já na viatura de substituição, sintonizo na TSF. Fila de 17 kms na A1, devido a acidente. Contas de cabeça. Tento imaginar as alternativas. Ou viro na A15 em direcção às Caldas – se conseguir chegar sem trânsito ao nó – ou então saio em Aveiras e vou pela velhinha Nacional 1.

Arrisquei. Tentei ir pela A15. Uns quatro kms antes da saída as três filas completamente para. Arrisquei e não petisquei. Lá consegui chegar à meia dúzia de quilómetros de auto-estrada, até à saída de Rio Maior, onde apanhei a velhinha Porto – Lisboa.

Senti-me por momentos no regresso ao passado. Num filme a preto e branco sobre a Route 66. A nossa. Passar por terras como a Benedita e a Venda das Raparigas, vendo todas aquelas ruínas que outrora foram restaurantes de beira de estrada com imensos camionistas parados. E o trânsito. Muito trânsito. Ao menos vi o Mosteiro da Batalha. Há já algum tempo que não passava lá. Continua lindíssimo. Uma maravilha. E sem necessidade de escrutínio popular.

Lá chego a Leiria. Atravesso a via que passa ao lado da cidade. Vejo o Estádio com menor taxa de ocupação de todo o Portugal – também é feio que dói, de castigo merece estar vazio, disparato eu para os meus botões. Viro depois para a A1.

Ligo para casa a dizer que afinal já não vou jantar. Olho para o lado. Vejo um C2 verde esquisito (algo entre a mostarda e o alface). Pareceu-me familar. Acho que tinha visto aquele carro antes de virar para a A15. Não havia grandes hipóteses de me enganar. Naquela cor, em toda a Europa deve haver, mais ou menos, dois carros. O outro està à venda num qualquer stand da Suiça há 5 anos. Sem sorte. Moral da história. Dei voltas e mais voltas e a Maria do C2 chegou mais rápido que eu.

Dia triste. Só superado pela sensação se ver o meu carrinho, em cima de um reboque da… AXA.

Há dias que mais vale não sair de casa.

10 de Agosto de 2007

Guimarães, 7 de Agosto

O pós. Depois das Gualterianas, ainda há Guimarães. Ou quase. A cidade das duas caras, também deve ser por isto.

Até à realização da Marcha é uma cidade. No dia seguinte, transfigura-se. Desertifica-se. Esvazia-se. Como diz, mais ou menos, o músico, ainda ontem estava aí e agora já estou cá.

Não fossem os emigrantes, e o colorido diferente que trazem à cidade, principalmente no que diz respeito ao amarelo das matrículas – que dão um certo ar de boulevard às ruas da nossa urbe – sentir-nos-íamos numa cidade deserta.

Lugares para estacionar, são mais que muitos. Trânsito não há. Carrosséis, já houve, para gáudio dos adultos e pesar dos petizes.

Até agora tudo parecia perfeito. Seria o mês ideal para trabalhar. As más notícias começam agora, para quem quer trabalhar, ou mesmo que não queira, o tenha de fazer. É preciso um orçamento para um qualquer trabalho, não dá… o senhor que os faz, já está de férias. E isso é para orçamentos. Porque para fazer mesmo, isso é que não dá. As férias estão à porta, as fábricas fecham na sexta-feira, hoje (quando escrevo) ainda é quarta, mas já não dá. Nem pensar. Isso já para não falar nas empresas que já fecharam mesmo.

Nas que estão abertas (?), índice de produtividade, zero. O povo ao pensar nas férias, pensa-se de férias.

Depois quando reabrirem as empresas, a primeira semana também é do género. É que, mesmo que haja vontade de fazer, é difícil porque há fornecedores que ainda não abriram. Um mesito inteiro em que produzir, é mentira.

Agosto em Guimarães...

A priori

Como utilizador frequente do troço da circular urbana de Guimarães, que foi sujeito a obras de melhoramento e subsequente aumento para duas faixas de rodagem em cada sentido, sinto-me na obrigação de, antes de mais, dar os parabéns pela obra.

Já fazia falta e ainda que as faixas sejam estreitas, antes assim.

Haja agora paciência e que os condutores vimaranenses se habituem a conduzir na faixa da direita, a não ser que estejam a ultrapassar.

O meu alerta vai, no entanto, para a saída que coincide com o fim da dupla faixa, no sentido Guimarães – Fafe. Quem dera que me engane, mas parece-me bem que muitos condutores que, ao irem na faixa da direita e quando se depararem com o fim da mesma e obrigatoriedade de saírem da circular, vão provocar acidentes.

É urgente sinalizar e fazer com que os condutores se apercebam dessa situação.

Seria tão bom que se conseguisse fazer isso, antes de se ter de o fazer a posteriori…

Como se diz podemos ter errado, em inglês?

Agora que as investigações da Polícia portuguesa apontam no sentido – que ninguém gostaria que fosse verdadeiro – de a criança poder ter sido morta, já voltam os jornais britânicos à carga.

Chamam-lhe perseguição aos MCcan, por parte da comunicação social portuguesa. Na minha opinião, mais não é do que medo de terem errado. Medo de que lhes possa ser dito que Portugal afinal não é o paraíso dos pedófilos, conforme as manchetes da altura. Medo de que afinal seja mesmo a polícia portuguesa a desvendar aquilo que a Scotland Yard não conseguiu.

Seria algo que custava muito engolir a tão pedante classe.

E quando for a doer?

Já não perdemos há não sei quantos jogos.

Seremos, provavelmente, os campeões da pré-temporada.

É altura de, já no próximo Domingo, frente ao Trofense, continuar nessa senda, mas agora a sério.

Até agora foi bom não perder, mas agora é que conta. Agora é a doer. Força!

sexta-feira, agosto 03, 2007

03 de Agosto de 2007

Os incidentes no Mar (outra vez)

Não consigo ser daqueles que diz que tem um certa simpatia pelo Leixões. Não tenho. Não gosto. Acho ainda que o lugar deles é na 2ª e que se por lá andassem mais uns vinte aninhos, não teria saudades nenhumas.

Na época passada, se bem se lembram, nestas páginas soltei a minha ira e ataquei a incompetência das forças de segurança, por altura do apedrejamento cobarde de autocarros com adeptos do Vitória e agressões de grupos de leixonenses a indivíduos vitorianos.

No passado fim-de-semana a vergonha repetiu-se. Voltou-se a confirmar que a polícia que faz segurança no Estádio do Mar não tem o mínimo de preparação para esse efeito.

No fim da primeira parte e subsequente regresso aos balneários houve por parte de um atleta do Leixões uma atitude anti desportiva, que foi, no entanto, prontamente sanada.

Imediatamente a seguir, um grupo de adeptos, identificados com tarjas da claque Máfia Vermelha, percorre meio estádio, indo de encontro aos adeptos vitorianos e acto contínuo, arremessaram-lhes cadeiras e apedrejaram-nos.

Triste espectáculo… felizmente, desta vez, filmado e fotografado.

O Presidente da SAD do Leixões, num acto muito nobre e de Homem, imediatamente, pediu desculpas públicas pelos actos de alguns dos seus associados e apelou a que, para que os animais não levassem a melhor (a escolha da expressão animais é totalmente minha) a segunda parte se realizasse.

Não se podia permitir que meia dúzia de energúmenos estragassem a festa do futebol. Uma grande parte dos leixonenses saudou o regresso do Vitória ao relvado com uma salva de palmas.

A “claque” então, volta a percorrer meio estádio em sentido inverso e resolve tirar satisfações, junto dos sócios e direcção, do seu próprio clube, que se encontravam na bancada central.

Incrível a facilidade com que esses indivíduos se movimentam entre bancadas no estádio.

Já na época passada a inépcia e incapacidade demonstrada pelas forças de segurança, para lidar com os arruaceiros, quer dentro quer fora do Estádio do Mar, foi gritante. A rever urgentemente a capacidade e formação das forças destacadas para jogos de futebol. Se num amigável e com aquele grupelho de meia dúzia de leixonenses sucedeu o que sucedeu, não nos parece que estejam preparados para as exigências de uma Primeira Liga.

Urge apurar responsabilidades e castigar os prevaricadores.

Na minha opinião estritamente pessoal e de adepto, para o 3º jogo do campeonato, em que temos de lá ir, ou vamos muitos ou então mais vale nem ir.

Com estas condições de segurança, não era o filho mais velho do meu pai (sou eu, para quem não sabe) que se aventurava a ir, por exemplo, em família ver um jogo naquele campo…

Gualterianas

No desactivado blog 4800 Guimarães, houve a determinada altura um post a que eu achei particular piada.

Escrevia um dos autores, se não me falha a memória, que nada lhe fazia lembrar mais a Albânia que a Senhora da Luz em Creixomil.

Vou-vos fazer agora uma confissão. Eu, que me tenho por extremamente bairrista e defensor acérrimo de Guimarães, aqui, entre vimaranenses, sinto-me à vontade para vos dizer que não acho particular piada às Gualterianas.

Raras foram as vezes que vi a Marcha e aquele cenário dos carrosséis parece-me pobre demais para que lhe ache piada. Como farturas e churros não são das minhas guloseimas de eleição, temos um bom conjunto de motivos para que não me sinta particularmente triste, se estiver por fora de Guimarães nos primeiros dias de Agosto.

Porque tenho um filho em idade para tal, tenho ido várias vezes, à tarde, ao Largo das Hortas para que ele possa andar nos divertimentos infantis.

Hoje pus-me a tentar analisar bem aquilo, à minha maneira.

As músicas fazem a delícia dos fans da família Carreira. De Quim Barreiros a Ruth Marlene, uma playlist transversal. Vai do pimba, ao muito pimba. Quase uniforme. Em todos os carrosséis se ouve o mesmo. Poupariam em aparelhagem sonora se de uma vez por todas pusessem um só DJ.

As cores e a decoração tuning dos carrinhos, barquinhos, motinhas e outras coisinhas. Tudo muito brilhante e reluzente… pinturas metalizadas, autocolantes GTI TURBO BARBIE 16V, jantes pintadas. Para usar uma palavra simpática, tudo muito exótico.

E depois toda a fauna que habita em torno deste fenómeno. Já não falo das famílias que vivem deste modo – que deve ser extremamente desgastante e duro – mas sim das verdadeiras figurinhas que parece que andam um ano escondidas e depois, em meados de Julho, aparecem na cidade para ajudar nos carrosséis.

Somem isto tudo, adicionem o riacho que passa mesmo ali e mais o seu nauseabundo fedor e talvez percebam porque apenas por amor a um filho é que se pode ir lá, com gosto, todas as tardes…

Espelho meu, existe alguém mais competente que eu?

Scolari perdeu o seu treinador fetiche. José “Coveiro” Couceiro foi demitido pela Federação Portuguesa de Futebol. Juro que José Couceiro é uma figura que me intriga.

É, para mim, a prova provada de que os lobbies existem. É o paradigma do enganador. Tiro-lhe, no entanto, o chapéu. É perseverante. E coerente. Faz por não se desviar um milímetro do percurso tão seu. Falha em todo o lado: em Alverca, em Belém e até no Porto.

Como recompensa, deu-se a alguém com este insuspeito curriculum o segundo posto mais importante da Federação Portuguesa de Futebol. Disse-se, aquando da contratação de Couceiro que foi uma imposição de Scolari. Só me ocorre um motivo para que Scolari quisesse mesmo o Couceiro. Ele (Felipão) bem disse que queria Couceiro porque admirava muito sua postura, o seu saber estar e o seu trato – e todos nós sabemos que essas são condições sine qua non para o sucesso enquanto treinador.

Mas a mim ninguém me tira da ideia que o que o seleccionador nacional (que já deu por várias vezes provas de que não dá ponto sem nó) quer é mitificar a sua infinda sapiência. Ver a sua gaúcha competência incontestada.

Para tal, nada melhor que poder contrapor ao trabalho de um treinador português… Estão a ver no que isto dá quando não sou eu o treinador, perguntará Scolari nos corredores da FPF.

Teoria da conspiração estapafúrdia? Talvez. Mas ainda assim é-me mais fácil acreditar nessa teoria que na alternativa que me resta.

A teoria de que foram buscar Couceiro porque achavam mesmo que ele era a pessoa correcta para aquele cargo, essa sim. Ninguém acredita.

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