sábado, novembro 25, 2006

24 de Novembro de 2006

Outra vez?

Sempre que estreia um filme novo do James Bond, o ritual repete-se. Durante semanas a fio lá vêm injecções televisivas massivas de filmes do 007, sejam eles com o carismático Sean Connery, o extrovertido Roger Moore, o sorumbático Timothy Dalton ou o irreverente Pierce Brosnan.

Admito que gosto dos filmes do agente secreto ao serviço de Sua Majestade criado por Ian Flemming e que é, por certo, o mais famoso agente secreto, a par do Detective Mário Costa. Aprecio sobremaneira a sua elegância única e a destreza que lhe permite cair sobe um lamaçal e sair com o fato impecavelmente limpo. E quem não se imaginou já ao volante de um Aston Martin, dele fazendo “gato-sapato”? Eu, como apreciador confesso de carros ingleses, não o escondo. Eu já me imaginei.

Gosto ainda das Bond Girls, gosto do ambiente de glamour dos casinos, da calma com que se esbofeteiam vilões, do estilo com que se aniquila o mal, gosto do enredo de uma história em que a classe vence o piroso.

Em suma, gosto de ver filmes do James Bond. Mas nem tanto assim. Assim até cansa. O que é de mais é erro…

Devia servir-se estes filmes do mesmo modo que com o Vodka Martini, shaken but not stirred, com moderação.

Prédios com lojas em baixo, para quê?

Se há tendência que, por muito que se faça, será praticamente impossível contrariar, é a da concentração da compra em grandes superfícies, centros comerciais e parques de retalho.

Já assim o foi pela Europa fora – salvo raras e honrosas excepções de algumas ruas – e cá, como lá, cada vez mais acontecerá o mesmo.

É um facto. Toda a gente sabe que é um facto. O comércio, mesmo o de ruas do centro das cidades, pena. As associações de comerciantes bem tentam, com campanhas mais ou menos eficientes, evitar o inevitável.

E mesmo assim, continuam-se a construir “galerias” comerciais por baixo de tudo quanto é prédio e casa. Prédio esse que pode estar em Castelões, ou em Leitões. De Rendufe a Polvoreira. Para quê? E para quem? Que todos os prédios têm – vá-se lá saber porquê – no mínimo, um café, já nós sabemos. Para que servem as outras lojas da “galeria” é que ninguém me explica.

Basta dar uma volta pelo concelho para constatar que cerca de metade dessas lojas, se não “morreram”, estão em coma. Mas insistem. Batem na mesma tecla.

Os miserabilistas e acomodados

Temos de nos mentalizar que estamos na II Liga… é a frase do momento. Não podemos brincar com os nomes dos adversários, dizem.

Tudo bem que temos de nos mentalizar para a triste realidade: Puseram o Vitória está na II Liga. Mas temos também, por isso, de nos habituar a vê-lo como não favorito nessa divisão? Temos de nos acomodar ao miserabilismo vigente? Não será por nos termos já mentalizado em demasia, de que a nossa realidade é esta, que trememos antes de jogar com qualquer portento do futebol mundial, tipo Estoril?

A verdade é só uma. Esta equipa não foi preparada convenientemente para a subida de divisão.

O que o Vitória está a passar é uma vergonha. O que nos vale é que, sob a capa de ser competitiva, a II Liga é ainda uma vergonha maior. Se esta época não estivesse a ser tão terrivelmente fraca, nem quero imaginar…

O Vitória tinha obrigação de ter uma equipa à altura dos seus pergaminhos. Os adversários de II Liga deviam “tremer” só de pensar em jogar contra nós. Mas não. Antes pelo contrário.

Tudo o resto que se diga, ou escreva, é folclore.

Ou vai ou racha

Foi inaugurado na passada quinta-feira o Ferrara Plaza, um centro comercial, em Paços de Ferreira, que faz corar de vergonha o “nosso” chópingue. Mas não é o tamanho que interessa.

O que me saltou à vista foi o investimento de empresas vimaranenses. Motivo de orgulho. Dos têxteis-lar, ao vestuário e calçado, são vários os operadores de Guimarães presentes nesse centro comercial.

Está-me a parecer que Guimarães, após uns anitos de marasmo e que tão mal nos fizeram, Guimarães está a voltar a ser empreendedora. Quiçá uma segunda geração esteja já a preparar-se para voltar a pôr Guimarães no mapa empresarial de Portugal.

Parece-me também que o tempo é disso mesmo. Ou Guimarães volta a ser o que foi, ou estoura. E depois seremos Património da Humanidade e Capital da Cultura. E só isso.

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