7 de Dezembro de 2006
Guiness Book of what ????
O português tem um fascínio incrível pelo livro dos recordes. Ele é com cada feito candidato a figurar entre os registos, que me deixa de boca aberta. Não os contabilizo, como é lógico, mas deve haver uma média superior a um por semana.
Esta semana foi o autor do maior Pai Natal marioneta do Mundo que teve direito aos seus minutinhos de fama. As televisões apressaram-se a dar cobertura ao grande feito. O Pai Natal marioneta feito pelo senhor era o maior do Mundo? Pudera! Quem mais no seu perfeito juízo se lembraria de semelhante? É normal que seja o maior. Provavelmente até é o único. E sendo o único deve ser o maior.
Mais engraçado ainda é ver o ar sério com que os candidatos terminam as declarações acerca dessas tentativas, dizendo que agora esperam que o seu recorde seja “ratificado”. Imagino a cara de enfado do “fiscal dos recordes” – que na hierarquia dos fiscais deve estar equiparado ao fiscal dos parquímetros – a quem cabe decidir pela validação do feito. Então o que for destacado para Portugal…
De feijoadas na ponte Vasco da Gama, ao maior pão de milho, passando pelo “muito nosso” bombo, às iluminações de Natal de Não Sei Onde de Baixo, sem esquecer a lavagem dos pratos da feijoada com um ínfima quantidade de detergente, há de tudo, como na farmácia. Começa a faltar é paciência…
Para além de que é no mínimo estranho esse fascínio pelo grande. O maior. Temos de ser o maior. Errado! Temos é de almejar a ser melhor!
Estou velhote… vim para isto
Muitas vezes dirigem-se-me pessoas, perguntando se as coisas que aqui relato são mesmo verdadeiras. Se aconteceram mesmo, questionam-me. Eu admito que às vezes até parece que não, mas é verdade. Acontecem tanto quanto aconteceu esta que agora vos conto.
Na semana passada optei por fazer um trajecto de táxi. Vinha de Lisboa – de Alfa, como sempre que me é possível – e tendo deixado o carro em Ovar, optei por não incomodar ninguém que me viesse propositadamente buscar e apanhei um carro de praça frente à estação de Espinho.
Saiu-me um dos faladores. Que tinha toda a vida trabalhado nos químicos. Nas tintas, sabe – interpela-me ele – acrescentando que depois os espanhóis compraram aquilo e o mandaram embora. Mas também já estava velhote. Entretanto estive no fundo de desemprego o tempo que pude. Mas agora já começo a ver malzinho. Prontos… reformei-me e vim para os táxis.
Diga-se de passagem que chovia que Deus a dava e as escovas do limpa pára-brisas nem uma brisa limpariam. Circulávamos em plena EN 109 de noite.
Não sei porquê não me senti seguro.
A democracia da bola ao poste
Esta foi uma semana complicada para os lados da Unidade. Levámos cinco do Rio Ave, logo é semana de contestação. E se tivéssemos ganho em Vila do Conde? Seria o mesmo ou teríamos voto de confiança?
Na Assembleia-Geral da moção de confiança disse que temia muito. Minto. Não disse nada disso. Não disse que temia. Disse mesmo que tinha medo. Que tinha muito medo pelo futuro do meu clube. Que tinha medo de que o “projecto ainda fosse a meio”.
Os acontecimentos desta época levam-me a pensar que afinal tinha razão. E como eu gostava de neste particular dar o braço a torcer. Mas não posso. Agora até o Norton de Matos vem dizer – depois de levarmos cinco – que tínhamos feito o melhor jogo da época. Devo estar louco…
Começa a ser altura de pensar, muito seriamente, em preparar o futuro.
São tantas as provas de inabilidade desta direcção, que todas as páginas deste jornal juntas não chegariam para as enumerar.
Atentemos só na parte da quebra de receitas, já que contas parecem ser um tema dos preferidos pelos defensores – ainda os há? - desta gestão. Numa época desastrosa a nível de receitas – esquecendo a parte da bola ao poste ou nas redes – o encaixe da venda de camisolas oficiais não ajudaria? Já se perdeu o Agosto dos emigrantes, o início de época dos crentes e agora o Natal dos consumidores. E ainda a rábula vai a meio.
E que dizer do número ínfimo de placas de publicidade vendidas no estádio e do panorama desolador da tribuna presidencial e camarotes, resultado da venda reduzidíssima dos mesmos?
Então se a isso juntarmos a ausência de patrocinador nas camisolas, o ramalhete fica realmente composto.
Lá se vai o mito de bom gestor…
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