domingo, março 25, 2007

23 de Março de 2007

Piquenique no avião

Tem-se vindo a assistir, mormente em viagens na Europa – aquelas de que falo com conhecimento de causa – que o catering, para as companhias de aviação, é uma mais valia. Uma mais valia, não servir nada. Ou então cobrarem, mas servirem alguma coisa de jeito.

Então a PGA – que já foi Portugália Airlines, que vai ser ou já foi comprada pela TAP PORTUGAL, que por sua já foi AIR Portugal – nos voos para Itália opera em code share com a ALITALIA, dantes até primava por um certo esmero nas ementas, hoje em dia, está fraquíssima. A comida é horrível. O tamanho dos copos é de tal forma diminuto que, decidindo comer, se fica cheio de sede…

Se estivermos a falar de uma low cost, ainda se entende. Mas eu e as low cost temos uma relação de amor platónico. Ficamo-nos pelo meu desejo, que nunca consigo concretizar.

Como diz o outro: das duas, três. Ou bem que as companhias de aviação apresentam um menu decente, ainda que mediante pagamento, ou então qualquer dia assistimos a famílias, de cesto na mão, qual domingueiros, levando o farnel para o avião.

Deixem guiar o Mantorras (parte 2)

Isto de escrever num avião tem muito que se lhe diga.

Muitas vezes a concentração não é a desejada, as frases não saem bem como queríamos que saíssem, não há maneira de confirmar alguma dúvida que se tenha e o texto da semana passada foi disso um exemplo e creio que muito ficou por escrever.

Então, em relação à despudorada e abjecta represália das autoridades angolanas, no seguimento da apreensão da carta do futebolista internacional angolano, disse uma asneira, desnecessária e que não teria dito se tivesse podido aceder à Internet e feito uma pequena pesquisa.

Afinal, as cartas angolanas não são aceites em Portugal, apenas e só porque Angola não assina o tratado de Estradas e Vias Públicas de Viena. Não assina porque não quer.

Numa primeira abordagem, o que salta à vista é que, dado o passado dos nossos países, o que agora se está a fazer à pressa, poderia e deveria ter sido acautelado. Isto faz passar uma imagem péssima de Portugal. Primeiro, como europeus, duros e rigorosos que somos, exigimos que se faça cumprir o que a lei estipula. Depois, como latinos e ex-colonizadores, mal começa a haver a mínima celeuma, a obrigatoriedade de cumprir a lei já não é assim tão obrigatória e giza-se um memorando de entendimento, para que se assine um acordo bilateral.

Angola fica mal na fotografia, mas nós não ficamos melhor. Aliás, ficamos na fotografia como os que, rabinho entre as pernas, lá foram mendigar que, por favor, abrandassem a perseguição arbitrária aos cidadãos portugueses radicados naquela ex-província.

E se o Mantorras tivesse sido condenado por um crime e condenado a pena de prisão? Ou se porventura tivesse sido assaltado em Portugal, por portugueses? Como reagiriam os angolanos? Avaliando pela reacção a uma apreensão de carta de condução – em que são as próprias autoridades a incentivar a discricionária acção - e tentando transpor proporcionalmente, teríamos jogos de futebol com cabeças de portugueses? Portugueses a fugir em direcção aos aeroportos e portos, deixando para trás tudo o que era seu? Soa familiar?

Jornais online em Guimarães

Mais que uma crítica, interessa aqui o repto.

A Internet ainda não chegou à imprensa local. Se há casos onde a presença não é mais que institucional, servindo apenas para reproduzir parte da sua edição impressa, outros há que não são actualizados sequer semanalmente.

E os que apostam numa presença mais forte, têm de procurar modos alternativos para que a actualização seja feita em tempo útil.

Na “era do digital” é inadmissível demorar horas para colocar online uma notícia. Esse espaço temporã, para quem não tem outro modo de consulta que não um computador com Internet, parece uma eternidade.

E tanto bom exemplo há, por esse ciberespaço fora, que nem é preciso inventar muito…

Fair play?

Já por várias vezes pensei em escrever estas linhas, mas hoje vai mesmo.

É urgente acabar com a palhaçada do “fair-play”, aquele gesto, que ao início era nobre, de atirar a bola para fora, de modo a permitir que um jogador adversário seja assistido. Mesmo correndo o risco de ser injusto e sabendo que algumas vezes o jogador poderá estar mesmo magoado, creio não estar errado se disser que hoje em dia não se justifica, devido à actuação ridícula de muitos batoteiros do futebol.

Acabe-se com o desportivamente correcto e atribua-se essa decisão ao árbitro da partida. Ou então, altere-se as regras e permita-se a entrada em campo da equipa médica, sem interrupção do jogo.

Já é mau quanto baste ver um energúmeno fingir que se contorce, merecendo ser sancionado com cartão amarelo.

Agora, ver esse mesmo palhaço, sabendo que está a fingir e ainda ver o jogador assobiado porque não alinhou na palhaçada, está mal.

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