sábado, dezembro 15, 2007

07 de Dezembro de 2007

Mais do mesmo

Pelo segundo ano consecutivo abandonei o cortejo do Pinheiro. Nem consegui chegar ao Hospital Velho. E por causa do álcool. Não o “meu”, que felizmente tenho juízo e respeito pela tradição suficientes para não alinhar na estupidificação etílica de uma festa que devia ser de Homens.

Começo a achar exagerado. Acho que se entrou numa espiral de estupidez tal, que chego mesmo a temer pelo futuro deste número das Festas. As turbas de futricas e imberbes “não-tocantes”, empunhando garrafas em vez de baquetas, gritando e saltando quais marias-malucas e os destemidos rambos, que vão para “a vila” à procura de confronto físico, deixam-me reticente quanto à noite com que tanto sonhei em pequeno.

É hoje incontrolável. Totalmente incontrolável. Já em mil novecentos e noventa e dois, ano de má memória (o ano da célebre revolta dos bois), o era. Volvidos quinze anos, mais ainda.

Enquanto num cortejo, por exemplo, de uma Queima das Fitas, os grupos estão divididos em faculdades, cursos e anos, aqui não. Os grupos, que no Cano têm cada um um chefe de bombos, vão-se misturando. E há até grupos que se querem misturar à força toda. Até que já não há grupos e a confusão reina.

Demorei mais de duas horas a chegar ao Hospital Velho. E cheguei ao Cano por volta da meia-noite. Fiz as contas e àquele ritmo seria enterrado por volta das dez da manhã.

Como a essa hora tinha uma reunião… não dava mesmo.

Mas nem tudo foi mau. O meu jantar de Pinheiro, por tradição, é na companhia de antigos elementos das Comissões de Festas, logo gente que sabe – e bem – o que são as Nicolinas.

Tocámos, da Rua de Camões à Madre-Deus, passando pela Tulha e com a paragem obrigatória na Estátua do nosso Afonso, perdoem-me a imodéstia, muito bem. Comemos bem. Bebemos bem. Convivemos.

Tive um Pinheiro fabuloso… o que estragou mesmo foi o cortejo.

Uma sugestão

Da conversa com um velho nicolino e amigo da família, abordando a temática do ponto acima, nasceu uma ideia que gostava de partilhar com os caros leitores.

Se nos moldes actuais é impossível programar o cortejo, não seria melhor ir o pinheiro a abrir o cortejo e os participantes atrás.

Há um ponto que me parece pacífico: Pior não é de certeza.

E já que tanta coisa mudou na tradição desta noite, não vai por certo ser esta alteração na ordem de desfile que vai “estragá-la”.

Azurém ficou mais pobre

Quem, como eu, tem alguma afinidade com aquela freguesia vimaranense, não pôde ficar indiferente à notícia do falecimento do Sr. Jesualdo.

Figura incontornável da vida autárquica e muito querida pelas pessoas da freguesia. Foi o rosto do CDS durante vários mandatos.

Tinha por ele uma grande estima e é com imensa pena que o vejo partir. E quem me conhece sabe que não costumo embarcar nas conversas cínicas do “agora que morreu, era um tipo estupendo”. Quando o faço, é sentido.

Deixo as minhas condolências à família, muito em especial aos filhos.

Como deve ser bom ter tempo de sobra…

Este sim era um presente de Natal que eu gostava mesmo de receber. Tempo. E o que é que eu fazia com ele? Nem sei. Mas que deve ser óptimo ter tempo para ser picuinhas e andar por aí a desenterrar coisas que não interessam a mais ninguém, isso deve.

Ter tempo para gastar. Gastar da maneira que me apetecer. Tempo até para ser obstinado.

Mas, tenho de me mentalizar que – felizmente, apraz-me dizer - não o devo ter tão cedo.

Entretanto invejo as palermices que faz quem o tem…

O altruísmo

Não consigo deixar de esboçar um sorriso quando sei que algumas pessoas não gostam do que escrevo. Sinto imediatamente que estou no bom caminho. É uma questão de definição de público-alvo. Principalmente quando, mesmo não gostando, me continuam a ler.

Com estas banalidades que aqui vou escrevendo, enquanto for essa a nossa (do NG e minha) vontade, sinto que vou ajudando muito boa gente a ter assunto.

Encaro-o como a minha boa acção.

Essa sensação altruísta de felicidade só tem paralelo (e quiçá seja até superada) quando me querem dar lições de moral. Então aí, é a loucura. Rejubilo.

Principalmente quando os vejo em bicos de pés e a ver como me hão-de chegar. E depois, a meio de supostas “lições”, estala o verniz e desatam a caluniar.

Cada “crítica” dessas é uma medalha para mim.

É que eu sei bem que… a caravana passa.

A bota e a perdigota

Um espaço que já foi uma emblemática casa de diversão nocturna de Guimarães, mudou de nome. E provavelmente de gerência.

Naquela casa antiga na Quintã, onde funcionou um bar/discoteca que se chamava Século XIX, vai abrir agora o La Movida Beach.

Na mesma casa. E com a mesma esplanada, com aqueles toldos tão marcantes. La Movida quê? Ali?

Baralhados? Pois… Também eu. Ainda não sei o que vão fazer para que o espaço “cheire” a praia, mas para já fico um bom bocadinho, de pé atrás.

É que se ficar tão bem como o reclame luminoso que plantaram, em cima do granito que fica à entrada do parque… até já tenho medo.

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