sábado, dezembro 01, 2007

30 de Novembro de 2007

Nicolinas

Chegada esta altura do ano, vem também a nostalgia. E com ela a triste constatação de que os anos voam. Prepara-se o jantar do Pinheiro, vão-se confirmando presenças e lamentando ausências. A rotina repete-se. E os anos passam.

Mil novecentos e noventa e dois. Há quinze anos atrás fui da Comissão de Festas. O tempo é implacável. Tudo vai mudando a uma velocidade vertiginosa. Tudo, ou quase tudo.

Ainda bem que sou vimaranense. Ainda bem que temos destas tradições. Que bom é ter elementos de diferenciação dos padronizados e pobre espectáculos académicos que se vêm por aí…

Ainda bem que há gente que faz alguma coisa para que a tradição se cumpra.

E como eu gostava que os números fossem mais participados pela comunidade. Que os estudantes participassem mais no Pregão e nas Maçãzinhas. E que a população saísse à rua assistindo a cortejos gloriosos.

Para que a tradição, por cá, continue a ser o que era.

Mas este ano a Comissão de Festas inovou. Deslocalizou a Roubalheira para a cidade do Porto e convidou um artista para fazer de gatuno. O artista não se fez rogado. Houve mesmo:

Roubo no Bessa

Por falar em tradições que se cumprem, não sei porquê, vem-me à cabeça a frase Roubo no Bessa. E o nome Lucílio Batista. E por associação, escândalo.

E mais ainda o escândalo que não se fez. Tivesse esta escandaleira ocorrido com algum dos três chamados grandes e a tinta que não tinha corrido durante esta semana que ora finda. Mas como até foi connosco, tudo está bem e importante mesmo é escrever sobre as desavenças entre Soares Franco e Carlos Queiroz e as sondagens que dão o Mourinho como preferido para seleccionador inglês.

Que nervos me mete este país às vezes. E que nojo que me mete a maioria da imprensa nacional, principalmente quando se trata de futebol.

Fomos espoliados de três pontos. Foram-nos furtados escandalosa e propositadamente e com agentes da polícia a assistir.

E mais não se ouviu ou leu que meia dúzia (somando todos os jornais e rádios) de frases ou linhas sobre o assunto.

Assim acaba-se com o futebol. Assim serão os homens do apito eternamente a decidir resultados. Assim o jogo não presta e os melhores não ganham. Assim é um nojo.

Já não se pode sequer ir ver os incêndios

Esta pérola ouvi-a eu. Não foi ninguém que me contou. Há uns dias atrás, na baixa do Porto, aquela que deveria ser a abertura ao público de um novo centro comercial foi adiada porque um curto-circuito provocou um pequeno incêndio, mas com grande aparato.

Centenas de pessoas concentravam-se atrás das barreiras, criadas pelas forças da autoridade para criar condições de trabalho aos soldados da paz.

Indignados, dois reformados recuavam, rua fora, quando um deles se sai com este desabafo, o do título.

Deve ser culpa dos de Lisboa…

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