sexta-feira, março 30, 2007

30 de Março de 2007

Grandes Portugueses, pequenas democratas

Maria Elisa apresentou, até ao passado Domingo, na RTP um concurso que, até à divulgação dos resultados, foi considerado serviço público.

Diziam uns que teve o mérito de divulgar, de modo melhor e mais eficaz que em muitas salas de aula de história por essas escolas EB afora, a História de Portugal. Outros diziam que o programa era de tal forma eficaz que fez com que figuras, até então, praticamente desconhecidas da maioria dos portugueses – com a ajuda de marketing ou não – rivalizassem em popularidade com Reis e chefes de Estado. Diziam outros, ainda, que era um modo educativo de entreter o povo.

Todo esse consenso se verificou, repito, até se saber em quem decidiram votar os portugueses que se predispuseram a gastar o seu dinheiro, votando neste concurso.

Após se saber que o Prof. António de Oliveira Salazar tinha sido escolhido como o “Grande Português”, descambou. O horror. Era ver Odete Santos e Ana Gomes, naquele estilo circense – para não lhe chamar apalhaçado – vociferando perante os festejos da bancada vencedora, urrando que tal era proibido pela constituição.

Um concurso, com regras claras, com as quais elas concordaram e foram coniventes, tendo inclusive sido das mais activas participantes, transformara-se já na apologia do fascismo. Já era uma vergonha. Já era algo a lamentar.

Começaram as divagações sociológicas. Se calhar foram os mais novos. Foi um voto de protesto. Palermas e parvos, chamaram uns aos portugueses que votaram neste concurso. Urge repensar o conceito de serviço público que a RTP presta, clamavam outros.

Não me apetece entrar muito por aí, até porque o meu preferido não ganhou e o que dissesse poderia parecer azia. Mas pergunto, tivesse Cunhal ganho e veríamos Jaime Nogueira Pinto, qual maria maluca, a insultar quem votou naquele que representava os antípodas daquele que se propôs defender?

Como caem as máscaras dos “verdadeiros democratas”.

A votação era respeitada se ganhasse o seu candidato. Assim sendo, não. Já não brinco mais, porque a bola é minha. Só que a bola não é, de facto, deles.

Os portugueses que votaram, decidiram assim. A mobilização não foi suficiente. Bem feito. Quiseram politizar um mero concurso e saiu-lhes o tiro pela culatra. Quem com ferro mata…

Rugby

Grandes portugueses foram estes. Estes sim, sem contestações.

Está de parabéns Tomaz Morais e os seus “lobos”. Aquilo que parecia impensável até há bem pouco tempo atrás, por exemplo, ver um jogo de Portugal contra os “all blacks”, num Campeonato do Mundo de Rugby.

Deve-nos encher de orgulho, quanto mais não seja, por sermos a única equipa amadora no meio das profissionais nações, com mais pergaminhos e tradição neste desporto.

Eu sou um amante deste desporto e como tal fiquei mesmo muito agradado.

Só serviu para acalentar mais ainda o meu sonho de ver uma equipa de rugby, quem sabe um dia, de Afonso ao peito.

Ainda quanto aos “lobos”, até os excessos temos de lhes perdoar…

Catering parte 2

Nem de propósito.

Falkava na passada semana do catering miserável e que a ser assim, mais valia ser pago.

Castigo. Tive de voar para Madrid, na Spanair, com serviço de catering a bordo, pago.

Devem ter lido o NG, lá em Espanha, na semana passada. É que o catering, pago foi, mas foi tão fraco como se tivesse sido de borla.

Leixões

Jogo grande esta sexta-feira, em Guimarães.

Transmissão televisiva, estádio cheio, mulheres nas bancadas, cidade animada. Uma noite à nossa maneira.

Só vai faltar mesmo o povo lixonense, aqueles que queriam ser nossos rivais, mas que se confirma agora aquilo que eu escrevi no texto aquando do jogo no Estádio do Mar, não são mais que uma agremiação de bairro.

Os tais milhares que dizem que levam fora, se forem mais de uma centena, já me surpreendem.

Volto a dizer que não é nosso rival quem quer, mas sim quem pode!

Venham os três pontos, que agora ninguém nos para!

domingo, março 25, 2007

23 de Março de 2007

Piquenique no avião

Tem-se vindo a assistir, mormente em viagens na Europa – aquelas de que falo com conhecimento de causa – que o catering, para as companhias de aviação, é uma mais valia. Uma mais valia, não servir nada. Ou então cobrarem, mas servirem alguma coisa de jeito.

Então a PGA – que já foi Portugália Airlines, que vai ser ou já foi comprada pela TAP PORTUGAL, que por sua já foi AIR Portugal – nos voos para Itália opera em code share com a ALITALIA, dantes até primava por um certo esmero nas ementas, hoje em dia, está fraquíssima. A comida é horrível. O tamanho dos copos é de tal forma diminuto que, decidindo comer, se fica cheio de sede…

Se estivermos a falar de uma low cost, ainda se entende. Mas eu e as low cost temos uma relação de amor platónico. Ficamo-nos pelo meu desejo, que nunca consigo concretizar.

Como diz o outro: das duas, três. Ou bem que as companhias de aviação apresentam um menu decente, ainda que mediante pagamento, ou então qualquer dia assistimos a famílias, de cesto na mão, qual domingueiros, levando o farnel para o avião.

Deixem guiar o Mantorras (parte 2)

Isto de escrever num avião tem muito que se lhe diga.

Muitas vezes a concentração não é a desejada, as frases não saem bem como queríamos que saíssem, não há maneira de confirmar alguma dúvida que se tenha e o texto da semana passada foi disso um exemplo e creio que muito ficou por escrever.

Então, em relação à despudorada e abjecta represália das autoridades angolanas, no seguimento da apreensão da carta do futebolista internacional angolano, disse uma asneira, desnecessária e que não teria dito se tivesse podido aceder à Internet e feito uma pequena pesquisa.

Afinal, as cartas angolanas não são aceites em Portugal, apenas e só porque Angola não assina o tratado de Estradas e Vias Públicas de Viena. Não assina porque não quer.

Numa primeira abordagem, o que salta à vista é que, dado o passado dos nossos países, o que agora se está a fazer à pressa, poderia e deveria ter sido acautelado. Isto faz passar uma imagem péssima de Portugal. Primeiro, como europeus, duros e rigorosos que somos, exigimos que se faça cumprir o que a lei estipula. Depois, como latinos e ex-colonizadores, mal começa a haver a mínima celeuma, a obrigatoriedade de cumprir a lei já não é assim tão obrigatória e giza-se um memorando de entendimento, para que se assine um acordo bilateral.

Angola fica mal na fotografia, mas nós não ficamos melhor. Aliás, ficamos na fotografia como os que, rabinho entre as pernas, lá foram mendigar que, por favor, abrandassem a perseguição arbitrária aos cidadãos portugueses radicados naquela ex-província.

E se o Mantorras tivesse sido condenado por um crime e condenado a pena de prisão? Ou se porventura tivesse sido assaltado em Portugal, por portugueses? Como reagiriam os angolanos? Avaliando pela reacção a uma apreensão de carta de condução – em que são as próprias autoridades a incentivar a discricionária acção - e tentando transpor proporcionalmente, teríamos jogos de futebol com cabeças de portugueses? Portugueses a fugir em direcção aos aeroportos e portos, deixando para trás tudo o que era seu? Soa familiar?

Jornais online em Guimarães

Mais que uma crítica, interessa aqui o repto.

A Internet ainda não chegou à imprensa local. Se há casos onde a presença não é mais que institucional, servindo apenas para reproduzir parte da sua edição impressa, outros há que não são actualizados sequer semanalmente.

E os que apostam numa presença mais forte, têm de procurar modos alternativos para que a actualização seja feita em tempo útil.

Na “era do digital” é inadmissível demorar horas para colocar online uma notícia. Esse espaço temporã, para quem não tem outro modo de consulta que não um computador com Internet, parece uma eternidade.

E tanto bom exemplo há, por esse ciberespaço fora, que nem é preciso inventar muito…

Fair play?

Já por várias vezes pensei em escrever estas linhas, mas hoje vai mesmo.

É urgente acabar com a palhaçada do “fair-play”, aquele gesto, que ao início era nobre, de atirar a bola para fora, de modo a permitir que um jogador adversário seja assistido. Mesmo correndo o risco de ser injusto e sabendo que algumas vezes o jogador poderá estar mesmo magoado, creio não estar errado se disser que hoje em dia não se justifica, devido à actuação ridícula de muitos batoteiros do futebol.

Acabe-se com o desportivamente correcto e atribua-se essa decisão ao árbitro da partida. Ou então, altere-se as regras e permita-se a entrada em campo da equipa médica, sem interrupção do jogo.

Já é mau quanto baste ver um energúmeno fingir que se contorce, merecendo ser sancionado com cartão amarelo.

Agora, ver esse mesmo palhaço, sabendo que está a fingir e ainda ver o jogador assobiado porque não alinhou na palhaçada, está mal.

segunda-feira, março 19, 2007

16 de Março de 2007

O desporto-rei

Hoje sei que há um desporto-rei em Portugal. E sei qual é.

Olha-me este… descobriu a pólvora, dirão vocês.

Mas, na minha opinião, o desporto-rei não é aquele que estavam a pensar que era aquele que eu pensava. Não. Não é o futebol. Esse é um parente pobre, daquele que, ao que parece, interessa mesmo.

Vivemos numa ditadura, que é o regime tri-clubista. O que os senhores da nossa imprensa nacional querem que interesse resume-se a tudo e mais alguma coisa que contenha Benfica, Porto e Sporting. Importante é a fissura do Rui Costa, o trato intestinal do Pinto da Costa ou a empresária do Nani.

As restantes modalidades não valem nada e as outras equipas do desporto, supostamente rei, valem a mesma coisa.

E isso não se verifica apenas na imprensa escrita. Onde, arrisco dizer, mais de sessenta por cento das páginas são ocupadas pelo vermelho, azul e verde. Agora até na televisão. Desde que a TVI comprou os direitos de transmissão dos jogos das Ligas portuguesas, a cada Domingo, mais saudades eu tinha do velhinho Domingo Desportivo. Ao menos aí, quando a RTP passava futebol, via-se resumos. Podia não ser aquilo que nós queríamos, era melhor que nada.

Agora não. O que interessa é ter uns comentadores meios palermas, a falarem noventa por cento do tempo sobre os jogos do Benfica, Porto e Sporting e depois, muito a correr, porque, como diria uma senhora que andou pela estação de Queluz uns aninhos largos, “isso agora não interessa nada”, lá fazem o favor de mostrar um flash de uns segunditos dos jogos das “outras” equipas.

De futebol temos cada vez menos. Interessa mais tudo o que é curiosidade das vedetas dos chamados três grandes, do que um bom jogo de futebol, disputado entre equipas da província.

Mas aí a culpa também é nossa.

Sim, falo no plural porque sei que muita gente pensa como eu. Sim, sei que muita gente ficava até ao fim do programa de desporto de domingo à noite na TVI, à espera de uns míseros segundos de resumo.

E sei que muitos folheiam os jornais desportivos nacionais, à procura de um parágrafo que seja, que fale do Vitória.

E digo que a culpa também é nossa porque não fazemos ouvir a nossa voz. E ficamos contentes com pouco. E ficamos em êxtase quando dizem que estivemos muitos no Estádio.

Enquanto os jornais nacionais não sentirem que o que nos interessa mesmo são as notícias do Vitória, não nos vão respeitar. Se for necessário falar-lhes na única linguagem que entendem, faça-se.

Mas se continuarmos felizes e contentes, a comprar jornais desportivos, que nos dedicam um parágrafo e a ver programas de televisão onde só entram membros do clube dos três, não nos podemos queixar.

E o que nos resta é fazer um peditório para:

Um cenário para o “Liga de Honra”

Deprimente. No mínimo. Para não dizer desprezível.

E fico por aqui, porque senão ainda lêem esta coluna e acabam também com isso e aí é que não consigo sequer ter um minutinho de resumo dos jogos do Vitória na televisão.

Isto é q ue convém que fique marcado nas nossas memórias, para que depois de voltarmos à nossa divisão, não nos esquecermos nunca do tratamento de que fomos alvo por parte da comunicação social nacional.

A imagem de fundo do programa Liga de Honra tem de ficar para sempre registada na nossa memória como mais uma tropelia das muitas que nos fizeram.

Aquele fundo é o único que consegue ser mais feio – na minha opinião – que o do Conan O’Brien.

Porque é nesse cenário que temos a nossa única “consolação”: um mero minutinho, no Porto Canal.

Sim aquele mesmo canal da TV Cabo a que já numa coluna anterior me referi como sendo a versão 2 – só em número, mas sem a evolução que a denominação exigiria – da TV Cidade Berço. Esse canal tem um programa, terça-feira à noite, que se chama Liga de Honra. O apresentador é o Bernardino Barros e os convidados são dirigentes, treinadores e jogadores da Liga de Honra.

Assim tipo o “N Amadores”, da defunta NTV, mas com o BB em vez da Karen, o que, indiscutivelmente não abona nadinha em favor do porto Canal. O cenário também está para o do N Amadores, como a Karen para o BB.

E é esse o espaço que a televisão nos reserva.

Que não nos esqueçamos daquilo que nos estão a fazer.

Deixem guiar o Mantorras!

A lei portuguesa não permite que um cidadão angolano conduza em Portugal com uma carta de condução do seu País de origem, como acontecia até há uns anos atrás.

Pedro Mantorras é mandado parar pela polícia portuguesa e autuado (não sei ao certo qual a coima e a gravidade da infracção, mas imagino que não se fique por uma sanção pecuniária) por conduzir sem carta de condução – a angolana não é reconhecida, logo é como se não tivesse carta.

Em Angola, retalia-se. Tudo o que é cidadão português que conduza na ex província ultramarina, com carta portuguesa, é conduzido à esquadra local e recebe o mesmo “tratamento” do Mantorras.

Consta-se que o Governo Português já está a providenciar a alteração na lei, para voltar ao que já foi, i.e. reciprocidade no reconhecimento das cartas de condução.

E não dava para prever isto antes? Será que temos sempre de reagir, depois do mal feito? E isto só aconteceu porque teve a visibilidade mediática de ter acontecido com um internacional angolano, jogador (?) do Benfica? A quantos cidadãos angolanos terá acontecido isto?

Não podemos só debruçar-nos sobre este assunto agora e ficar com “pena” do que está a acontecer aos portugueses em Angola.

Bastava pensar um pouco e ver que isto iria acontecer… Mas pensar é coisa que os nossos governantes fazem pouco.

quinta-feira, março 08, 2007

09 de Março de 2007

Notas soltas sobre as eleições do Vitória

Direcção com vários elementos eleitos

A verdadeira prova dos nove da democraticidade vitoriana. Agora são cinco os eleitos para a Direcção. Cada um deles responsável pelas áreas que o Presidente lhes atribua. E nenhum pode ser destituído, a não ser em Assembleia-Geral. Numa instituição de tradição inquestionavelmente presidencialista, este é um grande desafio.

Conselho Vitoriano

Ainda hoje não consigo perceber o porquê de este Conselho Vitoriano – o que ainda se encontra em funções, até à eleição do novo – ter conseguido assistir, impávido e sereno, à hecatombe. Aqueles, a quem competia constituir o repositório da história e tradições do Clube e a sua permanente consciência crítica, nada disso fizeram ou foram e ainda por cima ratificaram, com votos por unanimidade, a gestão que, já então, se via como condenada a insucesso. Se a ideia do Conselho Vitoriano é, apenas, ter uns nomes históricos do clube a apoiar quaisquer asneiras que se possam fazer, embelezando o quadro, aparecendo para a fotografia, então, na minha modesta opinião, os lugares que ocupam na tribuna estariam mais bem entregues, se fossem vendidos. Sempre faziam mais falta ao clube uns milhares de euros por cadeira, do que um Conselho Vitoriano que sirva apenas de “bibelot”. A ser, que o seja!

A impaciência e exigência dos adeptos

Os vitorianos estão escaldados. Estarão agora mais atentos à gestão do que alguma vez estiveram até hoje. Os acontecimentos das épocas anteriores farão com que os sócios estejam, ao mesmo tempo, mais exigentes e muito menos tolerantes. Já em colunas anteriores defendi que este deve ser dos mais difíceis mandatos de sempre da história do nosso clube. Não acho que me tenha enganado.

Um Vitória a dois tempos

Em tudo o que era fórum de discussão ou blog, de Guimarães ou sobre Guimarães, no decorrer das últimas semanas, invariavelmente o tema da ordem do dia era o Vitória. Mais particularmente as eleições para os seus Órgãos Sociais.

Se houvesse discussão, lá estávamos nós a assistir a uma enxurrada de argumentos, muitas mentiras tidas como verdades absolutas, verdades irrefutáveis deturpadas, concurso de “a minha fonte é mais fidedigna que a tua”, exaltações, exultações, injúrias, sem esquecer o inevitável “tenho um primo, que morou perto dum sujeito, que é amigo do sobrinho do irmão daquele senhor que foi sócio do pai do candidato a suplente da lista X, que me garantiu que isso é verdade.”

Houve inclusive alguns desses sítios que promoveram sondagens on-line.

Qual o denominador comum, quer às discussões, quer às sondagens?

Na esmagadora maioria delas, Emílio Macedo da Silva e a sua lista A eram derrotados. Muitas vezes quase esmagados. Casos havia até, onde a lista de André Pereira ultrapassava aquela que se viria a consagrar, esmagadoramente, como vencedora.

Quererá isto dizer que temos “dois Vitórias”, cada um deles a uma velocidade diferente? Um mais urbano e outro – supostamente – mais rural? Um que acede à Internet e outro que nem por isso? Ou terá algo a ver com a faixa etária dos votantes, a quem hoje, porque os estatutos obrigam à maioridade para poderem exercer o seu direito de voto, apenas o podem fazer em qualquer sítio, desde que não nas urnas?

Aqui está um case study para quem gostar de analisar estatísticas… e um factor a não descurar, pelo presidente de todos os vitorianos.

Em jeito de brincadeira

Num dia desta semana, preparando-me para um repasto vespertino com um amigo, sou surpreendido pela inusitada denominação do prato do dia.

Ora vejam lá se não é caso para isso: Carne de porco, à pescador!

Sim. Leram bem. Não. Não estou totalmente louco. E nem disléctico. Carne de porco, à pescador. Dei por mim a imaginar o burlesco disto. Ora acompanhem-me lá a visualizar o belo do pescador, “galochinha” da moda, chapéu a condizer, abancado no típico assento, de balde em riste, a atirar… bolotas à água, qual engodo.

Aqui está então o primeiro passo para que possamos começar a ver, por esse país afora, algumas pérolas nas ementas, tais como “sardinha à caçador”, “salada à cortador”, “entrecosto à lagareiro”, não esquecendo a obrigatória “truta salmonada à mirandesa”!

Boa refeição esta. Não sei se a tal carne era boa ou não, nem isso interessa para o caso, mas qualquer refeição onde comece a rir-me como nesta o fiz, sabe mesmo bem.

quarta-feira, março 07, 2007

02 de Março de 2007

Parabéns

Hoje, partindo do princípio que os meus leitores estão a ler o NG logo na sexta-feira, é o último dia de campanha para as eleições do Vitória.

Estamos a umas horas de ficarmos a saber quem vão ser os titulares do Órgãos Sociais do nosso clube.

Aquela que, provavelmente, será uma das direcções com tarefa mais árdua da história do Vitória, corre o sério risco de, mesmo que tenha sucesso, passar muito “ao lado” da história. Assumirão o Vitória numa época de que ninguém quererá lembrar-se, depois de uma época para esquecer. Comandarão um clube dividido depois de um acto eleitoral em que, muito ou pouco, com maior ou menos percentagem, a massa associativa estará dividida, pelo menos em três facções.

Depois da época áurea de Vítor Magalhães – e não ensandeci, só usei a palavra áurea para ilustrar o irrepetível sentimento de esperança e de maioria esmagadora expressa nas urnas que a direcção cessante conseguiu – agora há o quase tudo contra.

Um clube na II, sem património hipotecável e sem receitas para cobrir as despesas.

Os candidatos estão de parabéns, por assumirem as candidaturas. Ainda que o futuro viesse a provar que o barco era grande demais para eles, estão de parabéns.

Estão ainda de parabéns, uns mais que outros, pela paciência que demonstraram. É que isto de, numa altura destas, assumir um risco destes e ainda estar sujeito ao enxovalho, á calúnia, ao insulto gratuito, à difamação vil e aguentar, com calma e serenidade, estoicamente sem vacilar e nem ripostar, disparatando, não está ao alcance de qualquer um.

A repensar no futuro o tratamento que se deu a estes vitorianos, em praça pública.

Pedido de desculpas

Tenho de pedir desculpas publicamente. Não me fica nada mal.

Acho que quando tenho consciência do meu próprio erro o devo assumir. Ainda que não o erro não tenha sido escrito ou dito, logo menos grave aos olhos do “público em geral”, errei porque pensei.

Sinceramente pensei que a campanha e a postura do André Pereira, cabeça de lista da lista B iam ser diferentes. Não tinha motivo nenhum em particular que me levasse a pensar isso, mas achava.

Pensei que a irreverência se revelasse sinónimo de campanha menos correcta. Pensei que juventude, neste caso, fosse ser sintoma de imaturidade.

Imaginei que fossem capazes até de algumas jogadas, que alguns usam aquando destas contendas, menos leais. Porque já disse que errei, até vou mais longe e os meus pensamentos levaram-me até pontos que roçavam o absurdo.

Quando falaram da lista de debate, pensei que se iam limitar a passar a campanha a fazer perguntas.

Dei por mim a imaginar uma lista, dia após dia, a não apresentar uma única ideia.

Dei por mim a imaginar uma lista, cuja única actividade era atacar uma das partes.

Imaginei até uma campanha que propositada e deliberadamente, lançava um novo boato. Posteriormente desmentido, mas isso não interessava, porque o objectivo – o de lançar a confusão e distrair os sócios do verdadeiro cerne da questão, que era a péssima qualidade da própria lista, já tinha sido conseguido.

E, pasme-se, imaginei até uma campanha tão vazia de conteúdo que repetia até à exaustão e com a maior desfaçatez um suposto “tiro nos pés”, que nasceu aquando dum desmentido.

Imaginei gente, ao abrigo do anonimato que a Internet permite aos cobardes, a inscrever-se em fóruns de discussão, blogues e quejandos com o único propósito de parecer que a mentira que tinham inventado era tão mais verdadeira quantas mais “pessoas” a repetissem.

Errei. Não o fizeram. Acabaram por ter uma postura – até ao dia em que escrevo estas linhas, quarta-feira – que até me surpreendeu, pela elevação. Procuraram esclarecer os sócios e defender o seu projecto.

Parabéns André. Afinal enganei-me. Os garotos eram outros!

Os nossos gatos são “muita grandes”.

Acreditem ou não, esta é uma frase que está impressa, em letras garrafais, num outdoor de, pelo menos, oito metros por três, na segunda circular em Lisboa. E as aspas são da minha autoria.

Muita grandes??? O que vem a ser isso? Nem o Word aceita tal coisa. Até o editor de texto da Microsoft geme com tamanho pontapé na gramática.

Nós sabemos que, cada vez mais, em Lisboa, se fala pior Português. Mas do falar até ao imprimir tal asneira num cartaz do Jardim Zoológico de Lisboa, vai uma diferença “muita grande”.

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