quinta-feira, maio 15, 2008

02 de Maio de 2008

Um desabafo

Já não consigo ouvir mais uma música de intervenção que seja.

Nesta altura do ano, as alusões exageradamente vermelhas estão em todo o lado. Nas rádios, com o Zeca, o Adriano e o Mário Mata; nas viaturas com bandeiras da CGTP, a apelar às manifs; nos cravos que “democraticamente” impingem aos meninos dos infantários. Discursos sobre o que falta cumprir, do de Abril. A democracia está doente, dizem uns. Os do costume. Aqueles que só aparecem nesta semana do ano. Felizmente – digo eu – porque não há nariz para o forte odor a naftalina das “fardas”. Criminosos em lugar de honra nas galerias de S. Bento. Ano após ano.

Já não há paciência. Nunca mais é 2 de Maio.

Uma desilusão

Esta semana nem me apetece falar de futebol. Cinco secos é muita coisa. Ainda por cima fui com o meu filho, de quatro anos. Péssima imagem que os nossos jogadores deixaram ao miúdo. Ainda bem que lhe levei uma Playstation, que o entreteve em parte do segundo tempo, se não, coitada da criança…

Que pena tive eu de não ter a idade dele e poder abstrair-me do jogo com tanta facilidade. Tinha-me custado bem menos.

Mas, doente e crente crónico, lá vou ter ir ao Restelo.

Mesmo com as arbitragens habilidosas condicionadas pelo choradinho dos dois da segunda circular, que não desculpam a falta de a atitude da equipa contra o Porto deixou muito a desejar.

Mas eu ainda acredito. Este tem de ser o nosso ano.

Com menos palavreado e mais concentração, acho que vamos lá.

Menos subserviência, menos “camaradagem com o inimigo” e mais garra.

Menos explicações a quem não as merece – e falo claramente de quem nas entrelinhas deixou a entender que este resultado estaria praticamente combinado.

Ainda podemos ir lá. As estrelinhas chamam por nós e nem todos os Lucílios são pardos. Vamos acreditar.

Um caso de sucesso

Como já aqui referi há uns tempos, ainda que a princípio bastante cepticamente, decidi começar a comer, de vez em quando, comida vegetariana, experiência, diga-se em abono da verdade e com sotaque vimaranense, em que não “botava” grande fé.

Inicialmente não augurava grande sucesso a essa “moda”, pelo menos em Guimarães, que tinha como sociedade extremamente avessa às novidades gastronómicas – vide algo mais que cabrito assado, rojões ou arroz de cabidela.

Não podia estar mais enganado. Quanto À comida e à reacção dos vimaranenses. Hoje são já mais de três os restaurantes, do centro, que se dedicam à vertente vegetariana da gastronomia.

E há um deles que aprecio particularmente, que é o “cor de Tangerina”. Fica ali mesmo em frente ao Paço dos Duques e à estátua do nosso primeiro Rei e é gerido por uma cooperativa.

Primam pela simpatia e conseguem fazer algo de verdadeiramente impressionante. Conseguem por um vimaranense adepto da “sua” comida vegetariana. É de tal maneira bem preparada que, perdoem-me o disparate, nem parece vegetariana.

E tem o benefício de, não ser de difícil digestão, como muitos dos nossos tradicionais pratos.

Se inicialmente poucas eram as vezes em que estavam mais de duas ou três mesas ocupadas às horas de refeição, felizmente – porque fico feliz com o sucesso de quem inova – ultimamente tem sido bem mais frequente.

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