quinta-feira, maio 15, 2008

28 de Março de 2008

O Oásis

Hoje estou feliz. Estou mesmo animado.

Ouvi o primeiro-ministro a dizer-nos que afinal está tudo bem e fiquei muito mais descansado. O défice já lá vai. Parece que de repente voltamos ao oásis…

Está tudo bem. Só que ninguém vê. Mas está tudo no bom caminho. As reformas estruturais foram cabalmente postas em prática e já se nota. O desânimo está instalado. Vários amigos meus, da minha idade, de tão bem que isto está, ponderam inclusive emigrar, de tão fartos que estão de não conseguirem sequer vislumbrar a luz ao fundo do túnel.

Mas isso, para o eng.(?) Sócrates devem ser bocas da reacção. Calúnias levantadas por essa gente sem-vergonha da imprensa. Por cá está tudo uma maravilha.

Os empresários retraem-se e os por conta de outrem ressentem-se dessa retracção. O clima de ditadura fiscal alastra. Paga-se cada vez mais impostos e cada vez se vê que eles são mais mal (ou será pior) geridos. Agora até se chega ao ridículo de querer arregimentar fiscais voluntariamente obrigados a sê-lo, obrigando os noivos a – sem qualquer benefício por fazê-lo – servirem de informadores, apresentando uma lista das despesas com o casamento.

O nível de vida da classe média (será que ainda a há de facto?) cada vez é mais baixo e cada vez mais há gente no limiar da pobreza em Portugal. Sente-se que se realmente houve alguma melhoria das contas públicas, tal se ficou apenas a dever ao facto de os portugueses cada vez mais pagarem mais impostos, já que da parte do Estado, nada mais se vê que despesismo no gasto fácil – por parte de outros – daquilo que nos é tão difícil ganhar.

A vida está dificílima para todos, mas por S. Bento, parece que não. Por lá está tudo bem…

Por cá, vamo-nos vendo num buraco cada vez mais fundo, pobretes mas alegretes.

Over and out

Dá-me uma certa vontade de rir ver os condutores portugueses ao volante, fazendo uso do telemóvel do modo mais estranho que se pode imaginar. Já repararam que, num gesto que supostamente serve para iludir a polícia, no caso de serem apanhados a falar ao telemóvel enquanto conduzem, agarram no aparelho qual walkie-talkie, seguram-no ligeiramente abaixo do queixo e tentam agir com naturalidade…

O pior é que, de tanto tentar fazer de conta que não estão a fazer o que estão mesmo a fazer, fazem pior do que se não o tivessem feito.

Agora o que mais dá ao volante em Portugal, mais que domingueiros, são macanudos.

Polícia no combate ao crime?

Deve ser difícil. À quantidade de agentes que estão destacados para a caça à multa, deve ser difícil tê-los a patrulhar as ruas.

Estacionamentos em zonas proibidas e infracções de trânsito, isso são crimes de lesa Pátria e devem ser punidos célere e exemplarmente.

Fazer Guimarães - Porto pela auto-estrada sem apanhar pelo menos um radar da BT, deve ser missão impossível.

Os condutores em Portugal continuam a ser encarados como a resolução de todos os problemas. Imposto sobre os combustíveis, Imposto Automóvel, IVA sobre o imposto automóvel, multas, taxas, ecotaxas… Tudo é um bom pretexto para apertar ainda mais o cinto já de si apertado do automobilista português.

Deve ser uma questão de prioridades…

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