quinta-feira, maio 15, 2008

18 de Abril de 2008

Estamos a incomodar muita gente

Quando alguém se imiscui a sério – não como os nossos vizinhos de Além Morreira que pensavam que para isso bastava o novo rico acto de ter uma equipa cara e cheia de nomes sonantes – no meio daqueles que a imprensa faz de grandes, o sistema imunitário reage imediatamente.

Aquilo a que até achavam alguma piada, no início e meio da época éramos giros porque tínhamos vindo da segunda liga e éramos a equipa sensação da prova, quando se verificou ser uma certeza, mexeu com o establishment e esta semana começamos a ver do que são capazes os tarefeiros que são a nossa imprensa desportiva.

Já estamos mais que habituados a ver o nosso quadradinho microscópico na primeira página, referente ao “insignificante” feito de só dependermos de nós para atingirmos a Liga dos Campeões, relegado para segundo plano, em favor do (mais um) aniversário do futuro director desportivo dos benfiquistas, a (habitual) dor no dedo mindinho do Simãozinho ou até a ida (transcendente) de Luís Filipe Vieira ao balneário após a derrota com a Académica.

O que era desnecessário era a torpe tentativa de desestabilização de um dos mais promissores jogadores a actuar em Portugal, Pedro Geromel.

Porque carga de água havia ele de querer fazer o downgrade de ir para o Benfica? Quando ainda está na pole para a Liga dos Campeões, porque quereria ir para um clube que, quando muito lutará pela Taça de Portugal?

Ninguém acredita que a notícia, com um timing destes não foi encomendada. E de inocente nada tem. E tem como objectivo último por o nosso central a pensar no Benfica. Mas o Geromel não quer pesadelos e vai cortar esta jogada com a elegância que é seu apanágio e para o ano passear classe nos grandes palcos do futebol do Velho Continente.

Vem apenas demonstrar, mais uma vez, que a nossa imprensa desportiva é uma vergonha e está ao serviço das forças do regime estabelecido.

A imprensa ao serviço dos do costume

Já por diversas vezes abordei aqui na Coluna a verdadeira dialéctica que rege o nosso futebol. E chamo-lhe dialéctica para não lhe chamar pescadinha de rabo na boca, que faz dos beneficiados do costume mais propensos a crescer.

Está instituída em Portugal uma ditadura. A ditadura dos 3 – que a imprensa faz – grandes. Num mundo em que cada vez mais as principais receitas dos clubes advêm indirectamente da mediatização – que afinal de contas, faz com que os clubes de futebol sejam veículos publicitários, os jornais noticiam os do costume porque – dizem – é o que vende. E os do costume vendem cada vez mais porque são noticiados, cada vez mais também.

Com isso vão-se criando condicionantes que tornam dificílima a vida dos outsiders. Neste momento, nós que éramos giros, somos os que são levados ao colo pelos árbitros. É dito isso à boca cheia em programas de televisão onde, claro, não temos direito a representação. Acusação sem direito ao contraditório.

E todos sabemos bem que uma mentira muitas vezes repetida se torna, à luz da opinião pública, uma verdade. E um brilhante campeonato, temo bem, será reduzido à ideia de que estamos em segundo, não por mérito próprio, mas porque o irmão do presidente teve um cargo qualquer no futebol.

E isto dito pelo palerma que disse um dia ser mais importante ter elementos na direcção da Liga do que bons jogadores. E repetido pelos seus paineleiros de serviço.

Pobre Boavista

A ser verdade o que hoje o Jornal de Notícias levou à estampa, o Boavista tem os dias contados.

A fazer fé de que a sua sobrevivência depende do investimento de um perfeito desconhecido que tem uma perfeitamente desconhecida empresa, mas que afinal não é tão desconhecido quanto isso – pelo menos dos tribunais - pois já tinha tido problemas com cheques carecas em Viana e tem dívidas de cerca de 30 mil euros na Maia, àqueles que já foram nossos rivais, não lhes auguro grande futuro…

Por falar em rivais

Aqueles que gostavam de o ser, já estão mais perto daquele que é o seu lugar de pleno direito: as divisões secundárias do nosso futebol, habitat natural dos leixonenses.

Que vão e fiquem lá outros tantos anos, que a mim, não em deixam saudades nenhumas.

Do Braga não vou falar… não é bonito rir da desgraça alheia.

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