domingo, outubro 22, 2006

23 de Setembro de 2006

Informal, até demais…

Sinceramente acho que isto tem vindo a piorar desde que António Guterres se saiu com aquela tirada de tratar não sei quantos primeiros-ministros europeus por tu. Já nessa altura isto estava a descambar. De então para cá … insuportável.

Soa-me a mais uma influência de Castela em terras Lusas. Refira-se antes de mais que me enerva solenemente a informalidade militante no modo de trato dos hermanos de alguns – que nuestros, i.e. meus e do meu único irmão, não são. Até parece que andei com eles na escola para que me tratem por tu. Eu nem estudei em Espanha. Mas dêmos isso de barato e consideremos a custo que isso é uma questão cultural enraizada nos tipos.

Agora aqui por terras de Viriato é que já começa a ser demais. Nunca tal foi nosso timbre, bem pelo contrário. Até sempre fomos tidos por povo extremamente formal no trato. Mas agora… Ora leiam lá esta:

Ia eu degustar um grelhadinho ali p’rás bandas da Av. de Londres quando, após um qualquer condutor ter estacionado a sua viatura no parque, vem um trolha (no sentido profissional do termo e não no jocoso) e se vira para mim com um fulminante: Oh colega, esse carro é seu? Eu, educadamente, depois de confirmar se o conhecia da primária, ou até quem sabe, daquela turma do 9º ano no Egas Moniz e chegar à conclusão que nunca o tinha visto mais gordo, lhe retorqui: Não senhor. Não é.

Enquanto deglutia a bela da carne, ribombava-me aquela coisa na cabeça. E comecei a tirar algumas notas, alguns dos carinhosos termos com que – na sua maioria – perfeitos desconhecidos se nos dirigem. Do já falado colega, ao jovem, passando pelo chefe, doutor, patrão, campeão, brother e até ao incontornável my friend e o fantástico toni, não deixava de rabiscar coisas do género. Demonstrativo, na sua grande maioria, apenas e só de uma grande falta de respeito, sintomática da falta de educação que grassa. É que na grande maioria das vezes, quem usa estes termos são arrumadores, trolhas e gente que nos está a servir e como tal deveria ter tido formação que lhe permitisse não fazer figuras dessas.

Não custa nada!

Quase como se eu agora começasse o próximo tópico deste escrito com algo do género: Luís, pá, então que se passa? Mas não. Não vai ser assim. Respeitinho é bonito. Até podia. Afinal de contas ele é sócio do Vitória e nós somos uma família, não é assim? E assim sendo entre família, não haveria problema.

E não haveria. O problema é quando a família só serve para as horas boas. Então, caro consócio Norton de Matos, agora os seus familiares vitorianos são inimigos? Porque exigem? Porque assobiam quando não gostam? Então os seus pares só servem para pagar quotas e apoiar? Não podem manifestar o seu desagrado? Os atletas não aguentam a pressão? Não sabiam ao que vinham? Ou pura e simplesmente não sabiam. Ponto. E ainda não sabem. Reformulo e pergunto: Ainda não sabem? Se ganhamos, lá vem o seu comunicado a puxar os galões. Se perdemos na Póvoa, foram os jogadores. Contra o Penafiel foi o público…. Está bem, está.

Se não me falha a memória quase todos os jogadores dos quais li entrevistas, demonstravam um profundo conhecimento do Vitória, da sua massa associativa e da pressão inerente. Não venha agora com desculpas.

Não me vai dizer que queria só o filet mignon? Se realmente só quer essa parte – e eu não o censuro, porque também a adoro – faça pela vida. Não precisamos de muito para andar felizes, basta GANHAR! Afinal de contas, aquilo que, presumivelmente, lhe pediram. Basta isso. Vai ver que tudo corre sobre rodas.

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